Milena Galdino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Termina na manhã de hoje o seminário internacional "Caminhos para um novo Contrato Social – Estratégias de Desenvolvimento e Concertação", que acontece desde ontem no Palácio do Itamaraty. O debate reúne ministros da área econômica e presidentes de instituições financeiras do Brasil e do mundo em torno da agenda comum de crescimento econômico, geração de emprego e inclusão social.
No primeiro painel, denominado "Desafios do Desenvolvimento", o presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social da União Européia, Roger Briesch, destacou a importância de a América Latina se desenvolver com sustentabilidade.
"É preciso respeitar, ao mesmo tempo, os aspectos econômicos, sociais e ambientais, porque o equilíbrio desses três pilares garantirá o progresso do todo", disse, notando que, até agora, o crescimento econômico da região não garantiu melhor distribuição de renda ou redução da pobreza.
Projetos sociais x políticas da OMC
Briesch destacou o programa Fome Zero como um exemplo de coragem do presidente Lula a ser seguido pelos demais países da América Latina. "O programa parte de um pressuposto muito simples, o de que a fome não é uma fatalidade, mas o resultado de deficiências nas políticas públicas", resumiu, garantindo que a União Européia está disposta a ajudar o projeto tanto no Brasil quanto no restante do continente.
O presidente do CES europeu criticou a forma como a América Latina explora seus recursos naturais para promover o crescimento econômico. "A União Européia tem interesse em ajudar os países a evoluírem na ocupação rural com infra-estrutura de maneira a garantir a segurança alimentar, e, ao mesmo tempo, a preservação do meio ambiente para as futuras gerações", afirmou, sugerindo, inclusive, a criação de uma agência internacional de meio ambiente.
Na área econômica, ele aposta na retomada do crescimento brasileiro e destaca a necessidade de a América Latina e de a União Européia terem mais intercâmbios comerciais. "As trocas trazem o desenvolvimento. Vamos esquecer o fracasso do encontro da Organização Mundial do Comércio em Cancun", pediu. Aliás, Briesch terminou seu discurso alfinetando a OMC. "Precisamos refletir sobre uma forma de esse organismo ouvir melhor a sociedade civil mundial", comentou.