Zumbi dos Palmares terá memorial na Serra da Barriga

10/12/2003 - 15h37

Brasília, 10/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Um memorial para Zumbi dos Palmares deverá ser criado na Serra da Barriga, em Alagoas, última fortaleza do Quilombo dos Palmares. Ainda em fase inicial, o projeto é uma iniciativa da Fundação Palmares, em parceria com o governo do estado de Alagoas. O governador Ronaldo Lessa está em Brasília em busca de apoio para o projeto. Ele se encontrou, hoje, com os ministros da Cultura, Gilberto Gil, e da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPIR), Matilde Ribeiro.

"Ele (Zumbi), na verdade, é herói do país, não é só de Alagoas", afirmou Lessa, ao sair de reunião com o ministro da Cultura. Segundo ele, Gil se mostrou bastante receptivo à idéia, inclusive cobrou a definição de uma data para o início da implementação do projeto. O governador disse que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) também manifestou interesse na proposta, por meio de seu presidente Henrique Iglesias, durante visita a Alagoas.

De acordo com o secretário executivo de Defesa e Proteção das Minorias do estado, Zezito de Araújo, a proposta está orçada em R$ 400 mil, mas o projeto final poderá custar R$ 5 milhões. O secretário explicou que estão planejados três módulos de ação. Primeiramente deve ser construído um "monolítico", isto é, uma escultura de Zumbi, provavelmente no mais alto platô da serra. Para o segundo módulo foi idealizado um museu, que Zezito Araújo chamou de "memorial", cujo objetivo, segundo ele, é o de transcender o aspecto meramente cultural da população negra, dando valor ao seu conhecimento e à sua história. A última etapa seria a construção de um anfiteatro.

A ministra Matilde Ribeiro esteve na Serra da Barriga, juntamente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante as comemorações do Dia da Consciência Negra, em novembro, e teve a oportunidade de conhecer a maquete do memorial. Ela informou que, na ocasião, firmou o compromisso de ajudar na concretização da idéia. "É importantíssimo que nós tenhamos qualidade de vida das pessoas, mas também a sua história escrita em livros e escrita em prédios e em construções", defendeu.