Meirelles diz que 2004 dará início a uma década de crescimento

10/12/2003 - 12h46

Brasília, 10/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, disse hoje que os indicadores econômicos mostram, claramente, que o país iniciará em 2004 uma década de crescimento sustentado. Para ele, o ano que vem será de otimismo para os brasileiros porque o país saiu de uma grande crise "e manejou isto muito bem". Ele disse também que a maioria dos países que passou por situação semelhante teve queda do Produto Interno Bruto (PIB) e uma recessão enorme.

"Nosso país conseguiu sair dessa crise com um crescimento positivo, com as bases de crescimento sustentado, saldo comercial com recorde histórico e um resultado em conta corrente que é o melhor em dez anos. A inflação está convergindo para as metas e todas os indicadores e antecedentes mostram que o país está numa rota de crescimento sustentado", disse ele, ao deixar a última reunião do ano do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.

Meirelles lembrou que o endividamento está estabilizado, com condições de cair nos próximos anos e enfatizou que o perfil da dívida tem melhorado, com a parcela corrigida pelo dólar em queda, com o aumento de papéis prefixados e nos prazos dos títulos.

O presidente do Banco Central evitou fazer previsões sobre as taxas de juros no país. Disse, no entanto, que durante a reunião do Conselho mostrou aos presentes que houve evolução nos últimos anos dos juros reais da economia brasileira, não só da Selic, mas também no mercado. O exemplo foi usado para provar que atualmente as taxas estão em trajetória "cadente".

Ao comentar os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontaram para uma queda na produção industrial em outubro, Meirelles lembrou que a avaliação depende de critérios. Segundo ele, o crescimento da produção não é uma reta, mas uma curva, e existe adessazonalização. "O importante é que houve crescimento em agosto e setembro particularmente. Houve uma estabilização e novembro já mostra crescimento na produção", afirmou.

Sobre a redução na meta de superávit primário para 3,75% do PIB, como consta no relatório do senador Saturnino Braga do PT-RJ, relator do Plano Plurianual, Meirelles disse que a meta de 4,25% já foi anunciada pelos Ministérios da Fazenda e do Planejamento para os próximos anos e o mais importante é que o governo mantenha a solidez fiscal. "A desorganização financeira do setor público tem sido a causa das crises periódicas, que não só o Brasil, mas a América Latina, tem enfrentado nas últimas décadas", concluiu.