Lula diz na Líbia: não temos tempo a perder

10/12/2003 - 11h05

Murilo Ramos
Enviado especial

Trípoli (Líbia) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou na manhã de hoje o seminário empresarial Brasil-Líbia. Ele enfatizou que, apesar das relações culturais e históricas entre os povos árabes e os brasileiros, o fluxo comercial está muito aquém do desejado. O presidente afirmou no entanto que há totais condições de que um relacionamento mais estreito possa ser alcançado depois de sua visita à Líbia. "Não temos tempo a perder", disse.

Ressaltou que, com o fim das sanções econômicas impostas à Líbia, é hora de os empresários brasileiros ganharem mercado. Alertou que eles terão de conhecer com maior propriedade as características dos consumidores, uma vez que vão disputar espaço com empresários europeus, principalmente.

Lula disse ainda que é possível incrementar cooperações em várias áreas, entre elas na tecnologia agrícola e da construção civil. O presidente afirmou, porém, que não somente o Brasil quer expandir a venda de mercadorias à Líbia, mas também o Mercosul. Em contrapartida, destacou: o Brasil pode ser porta de entrada para as exportações líbias em toda a América do Sul.

O presidente ressaltou que as vendas de máquinas, equipamentos, investimentos na construção civil e exportações de aeronaves têm grande potencial de serem finalizados no curto prazo. Apostou que a partir da Cúpula entre presidentes e empresários da América do Sul e do mundo árabe, a ser realizada no próximo ano, no Brasil, vai ajudar a fortalecer os laços entre os dois blocos. Lula disse que os empresários precisam parar de "chorar" e buscar novas oportunidades de negócios, para deixar de depender dos desejos e concessões dos países em desenvolvimento.