Itamaraty diz que discussões da Cúpula de Genebra são estratégicas para o país

10/12/2003 - 12h06

Márcia Detoni
Enviada especial

Genebra (Suíça) - A viagem ao Oriente Médio impediu a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, que reúne mais de 60 chefes de Estado e de governo em Genebra esta semana. Mas, segundo o Ministério das Relações Exteriores, o debate internacional sobre o uso de tecnologias de informação e comunicação é estratégico para o Brasil. "Para um país como o nosso, que está tentando alcancar um nível maior de desenvolvimento, as novas tecnologias representam uma forma de combater a desigualdade social", disse, em Genebra, a ministra Marília Sardemberg Zelner Gonçalves, diretora do Departamento de Temas Científicos e Tecnológicos do Itamaraty.

A ministra ressalta que a inclusão digital é uma das metas do novo governo brasileiro, que vê na democratização do uso das tecnologias de informação o grande caminho para a inclusão social. Nas reuniões preparatórias da cúpula, segundo ela, o Brasil procurou se aliar aos países
com visões semelhantes, como China, Índia e África do Sul. O objetivo é garantir que a Carta de Princípios e o Plano de Ação acordado em Genebra tenham como orientação o uso das tecnologias de informação e comunicação para o desenvolvimento.

A delegação brasileira está sendo chefiada pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que representa o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, tambem impedido de participar da cúpula devido à viagem ao Oriente Médio. Guimaraes apresentará a posição do Brasil em favor da
democratização dos meios de informação e comunicação, nesta quarta-feria à tarde, durante a reunião dos chefes de Estado. A delegação brasileira reúne cerca de 40 pessoas, incluindo diplomatas, membros do governo e representantes do setor privado e da sociedade civil.

Apesar de o Brasil ser reconhecido internacionalmente pelas iniciativas governamentais e não-governamentais de inclusão digital, apenas a ONG Viva Rio, com projetos na área de comunicação popular e informática, tem um estande na exposição mundial de uso de tecnologias da informação e de comunicação para o desenvolvimento. "Nao deu tempo para organizarmos nossa participação", disse a ministra. Ela atribuindo a fraca presença do Brasil em Genebra ao fato de o governo Lula ter tomado possse há apenas um ano.