Exportações de papel e celulose cresceram 50% no ano

10/12/2003 - 7h14

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil

São Paulo - O setor de celulose e papel tem motivos de sobra para comemorar. Apesar do encolhimento do consumo interno, o segmento deve encerrar o ano com números positivos graças a um crescimento de 50% no volume de exportações. O superávit esperado é de US$ 2,5 bilhões, segundo balanço divulgado ontem (9) pela Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa).

O Brasil é o 7º maior produtor mundial de celulose e o 11º maior produtor mundial de papel. A indústria nacional de celulose e papel conta com 220 empresas que proporcionam 100 mil empregos diretos em 450 municípios brasileiros.

Com queda de 1,3 % no chamado consumo aparente e elevação de 30,4% nas exportações, a produção brasileira de celulose encerrará 2003 registrando alta de 12,2% em relação ao ano passado, e volume total de 9 milhões de toneladas do produto. Destes, 4,5 milhões destinaram-se às exportações e 4,88 milhões, ao mercado interno.

A indústria de papel deve fechar o ano com crescimento mais tímido, de 1,6%. Isto porque o consumo aparente apresentou baixa de 1,9%, contra uma elevação de 13,4% nas exportações. Foram produzidas 7,9 milhões de toneladas de papel no país – 6,75 milhões de toneladas consumidos pelo mercado interno brasileiro e 1,65 milhões destinados ao exterior.

O maior consumidor de celulose brasileira é a Europa, destino de 44% das exportações. A Ásia vem em segundo lugar, com 28%, e a América do Norte em terceiro, com 27%. O principal mercado para o papel brasileiro é a América Latina, para onde vão 43% das exportações. Em seguida vêm a Europa, com 21% do volume exportado pelas indústria de papel, e a América do Norte, com 18%.

O setor de celulose e papel tem um ambicioso plano de investimentos para o período até 2012. A meta é ampliar ainda mais as exportações e suprir a demanda interna, reduzindo as importações e gerando empregos. Para isto, serão necessários investimentos da ordem de US$ 14,4 bilhões, segundo Osmar Zogbi, presidente da Bracelpa.

As metas pressupõem uma parceria com o governo brasileiro. As demandas, de acordo com Zogbi, incluem "apoio financeiro ao investimento produtivo e suporte institucional e político para a ampliação significativa da base florestal". O Banco Nacional de Desenvovimento Econômico e Social (BNDES) é apontado como parceiro "vital" e já possui ações em diversas indústrias do setor, incluindo Ripasa, Votorantim e Suzano.

A proposta do empresariado é que estas ações sejam colocadas no mercado e os recursos obtidos com a operação retornem ao setor de celulose e papel como investimentos. "O primeiro passo nesta direção já foi dado, com o recente anúncio do processo para venda de ações da Votorantim Celulose Papel.pertencentes ao BNDESPar", comemora Osmar Zogbi.