Rio, 8/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governador do Acre, Jorge Viana (PT), admitiu, hoje, ao participar de uma solenidade em homenagem ao líder seringueiro e ecologista Chico Mendes - assinado no dia 22 de dezembro de 1988 naquele estado, que ser governo é muito difícil e, por isso mesmo, o PT está mudando, se modernizando, mas sem comprometer, entretanto, sua coerência política e sua filosofia partidária.
"O PT mudou mesmo, mas mudou sem trocar de lado. E quem não mudar junto, vai ter que sair do partido. Não tem saída", afirmou, numa referência à possibilidade de o partido expulsar de suas fileiras a senadora Heloísa Helena (PT-AL) e o deputado federal Babá, que votaram contra a reforma da Previdência, contrariando a orientação dada pelas lideranças partidárias.
Segundo o governador, a expulsão dos parlamentares tem que ser assimilada com naturalidade pela população e pelos filiados à legenda: "Eu acho que o PT tem que resolver com naturalidade os seus problemas. Ser governo é difícil e as pessoas têm que compreender que, quando se está no poder, não se faz tudo que quer, mas sim o que é possível".
Ele foi categórico ao rechaçar as acusações de que o PT, enquanto governo, está sendo incoerente com sua postura histórica. "Ao contrário. Ele apenas está sendo governo. A mudança é um processo de evolução, e quem não entender isto vai ter, sim, que mudar de partido. Eu adoro as pessoas que estão saindo do partido, mas a situação é incompatível. Se não, como é que fica? É cada um por si. Isso é Lei de Murici. Não dá certo em lugar nenhum", declarou Jorge Viana.