Inflação medida pelo IPC-S registra alta de 0,53%

08/12/2003 - 18h39

Rio, 8/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A inflação no varejo, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), nos 30 dias compreendidos entre 3 de novembro a 2 de dezembro registrou alta de 0,53%, taxa 0,22 ponto percentual acima da observada na semana anterior. Os economistas do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas, lembraram que o aumento do índice, ao contrário do que pode parecer numa primeira avaliação, não indica reaparecimento da pressão inflacionária.

A principal pressão individual sobre o IPC-S foi novamente exercida pelos jogos lotéricos, dentro do grupo Despesas Diversas, cuja influência subiu de 0,17 para 0,35 ponto percentual devido à contabilização no mês de mais uma parcela da alta de 75% determinada em 3 de novembro e captada de forma cumulativa e crescente pelo IPC-S.

Os técnicos da Fundação Getúlio Vargas identificaram que além do grupo Despesas Diversas, que apresentou a maior variação de aumento, passando de 4,66% para 9,56% no mês, a aceleração da taxa foi provocada pelos grupos de despesas Alimentação (de –0,03% para 0,04%), Vestuário (0,75% para 1,21%), Educação,Leitura e Recreação (0,31% para 0,41%)e Transportes (de 0,29% para 0,55%).

O grupo Habitação, que normalmente exerce a maior pressão sobre o índice, teve pela 1a. vez na história do IPC-S variação negativa, caindo de 0,12% para –0,02%. O ineditismo do fato decorre em parte, segundo a FGV, do calendário de reajustes de tarifas públicas que, tradicionalmente, não ocorrem no mês de dezembro. A queda do preço do gás de bujão de 1,30% também contribuiu para a deflação do grupo Habitação.

Das 12 capitais pesquisadas, 11 apresentaram aceleração de preços causadas pelo reajuste das loterias,sendo as maiores taxas detectadas em Belo Horizonte (de 0,03% para 0,37%), Rio de Janeiro (0,94% para 1,27%) e Distrito Federal (0,27% para 0,60%). Salvador foi a única capital que manteve a taxa estável em 0,36%.