Boletim Focus reduz previsão de crescimento do PIB no ano

08/12/2003 - 9h46

Brasília, 8/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - As previsões dos principais consultores financeiros estão mais pessimistas, esta semana, em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no ano. A estimativa de evolução do PIB, que era de 0,66% há um mês, desabou para 0,30% na semana passada e agora foi ajustada um pouco mais para baixo, em 0,25%, de acordo com o Boletim Focus, distribuído hoje pelo Banco Central.

O mercado mantém, porém, o otimismo quanto à recuperação sustentada da economia no ano que vem, com crescimento de 3,50% do PIB, que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Existe perspectiva de melhora também na relação da dívida líquida do setor público com o PIB, cuja previsão aumentou de 57,50% para 57,80% em um mês, e que deve ser reduzida para 56% no final de 2004.

A pesquisa semanal do BC mantém prognósticos positivos em relação à inflação deste ano, que deve fechar com Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 9,18%, contra a previsão de 9,19% da semana anterior. Um pouco acima, portanto, da meta de 8,50%. O IPCA (parâmetro oficial de inflação) deste mês deverá ficar, segundo a pesquisa, em 0,40% (0,45% na semana passada) e está previsto em 6% para o ano que vem.

Os demais indicadores de preços da pesquisa têm previsões mais baixas: o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), com 8,52%; o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisa da Universidade de São Paulo (IPC-Fipe), com 8,12%; e o Índice Geral de Preços em Disponibilidade Interna (IGP-DI), com inflação de 7,58% em 2003.

Esses índices poderiam ser mais baixos se os preços administrados (combustíveis, energia, telefonia, transportes e outros) não tivessem sido reajustados acima dos valores médios de mercado – a previsão é de fechar o ano com alta acumulada de 13%. A expectativa do mercado para 2004 é de ajuste em 7,15% para as tarifas públicas, contra os 7,34% previstos na semana passada.

A mediana das expectativas aumentou quanto ao saldo da balança comercial deste ano, de US$ 23,50 bilhões para US$ 23,60 bilhões, devendo crescer também no ano que vem. As previsões há um mês apontavam saldo de US$ 17 bilhões em 2004, mas o bom comportamento das vendas externas elevou a estimativa para US$ 18,33 bilhões na semana passada e agora, para US$ 18,50 bilhões.

Já o saldo de conta corrente deverá encerrar 2003 com superávit de US$ 2,80 bilhões, o que não acontecia desde 1994. Mas as previsões para 2004 são de novo déficit, em torno de US$ 4 bilhões. Na contramão, portanto, do crescimento dos investimentos estrangeiros diretos, que serão de US$ 9 bilhões neste ano, com perspectiva de aumentarem para US$ 12 bilhões em 2004.

Todas essas previsões consideram um contexto no qual 2003 se encerrará com o câmbio de R$ 3 por dólar norte-americano e taxa básica de juros em 16,50% ao ano (hoje é de 17,50%). O mercado mantém as previsões para taxa de câmbio de R$ 3,25 e taxa Selic de 14% ao ano em 2004.