Porto Alegre, 8/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os gaúchos aproveitaram, no domingo, a última oportunidade para conferir as atrações da 4ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em Porto Alegre. No fim da semana, mais de 100 mil pessoas visitaram os cinco espaços da mostra, que bateu recorde de público antes mesmo do encerramento. Até o meio da semana, um milhão de visitantes já haviam passado pelo evento, que teve início no dia 4 de outubro. Segundo os organizadores, além do público em geral, a presença de mais de 200 mil alunos de escolas gaúchas e quase 700 mil acessos no site oficial provaram o sucesso e consolidaram a Bienal como o mais importante evento de arte latino-americana contemporânea.
Dúvidas e questionamentos foram o gancho principal da Bienal, assumidos desde o logotipo, que mostrou interrogações empilhadas, até o slogan: "A arte não responde. Pergunta". As obras, instaladas nos armazéns do Cais do Porto, Usina do Gasômetro, Museu de Arte do Rio Grande do Sul (Margs), Memorial do estado e Santander Cultura, deixaram no público as mesmas perguntas das edições anteriores: Afinal, o que é arte ? Onde termina? Onde começa?
Com o tema central "Arqueologia Contemporânea", a exposição contou com a participação 76 artistas de 13 países. Cada nação teve uma mostra homenageando um artista consagrado: Antonio Berni (Argentina), Pierre Verger (França, com fotos de povos bolivianos), Roberto Matta (Chile), Lívio Abramo (Paraguai), María Freire (Uruguai) e Jose Clemente Orozco (México). Saint Clair Cemin, gaúcho de Cruz Alta, foi o artista homenageado.
A edição deste ano da Bienal terminou ontem, mas o debate em torno do evento continua. A Secretaria da Cultura do Estado vai debater, hoje e amanhã (9), a validade do evento para Porto Alegre. O seminário "Pesos e Medidas" vai discutir quanto vale a construção do megaevento e o aproveitamento cultural, artístico e econômico para a comunidade. Os organizadores divulgam, na terça-feira (09), os números totais da Bienal.