Rigotto condena uso de violência no confronto entre fazendeiros e MST

03/12/2003 - 15h25

Porto Alegre, 3/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, rebateu as críticas de ruralistas e do prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, sobre as ações da Polícia Militar no município da fronteira oeste do estado. Rigotto disse que sua administração está do lado da lei e da ordem, e não vai permitir o desrespeito à autoridade e ao direito de propriedade, nem por ruralistas ou por sem-terras. Ele condenou o uso da violência no enfrentamento entre fazendeiros e a PM, em São Gabriel, e afirmou que sua administração trabalha para evitar confronto, radicalismo e violência, "que não levam a nada".

Esta manhã, um grupo de ruralistas entrou em confronto com o batalhão de choque da Polícia Militar, que usou balas de borracha para dispersar bloqueio montado pelos grandes produtores, que tentavam impedir o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de continuar a marcha em direção a uma propriedade na divisa entre São Gabriel e Dom Pedrito. Segundo o subcomandante da PM, coronel Carlos Vicente Bernadoni Gonçalves, a ordem para o desbloqueio da rodovia foi dada pelo governo do estado. O terreno, cedido para acampamento dos manifestantes, foi comprado por um simpatizante do MST e fica ao lado das propriedades de Alfredo Southall, reivindicadas pelos sem-terra para fins de reforma agrária, e já foram motivo de outras brigas na região.

Durante o confronto, um universitário de 22 anos, que estava com os sem-terra, foi ferido na perna por uma bala de borracha, teve de ser encaminhado para hospital da cidade. Outros ruralistas apresentam hematomas provocados por cassetetes da polícia. Para interromper o conflito, a PM encurralou os produtores na entrada e prendeu o prefeito Rossano Gonçalves e o presidente do Sindicato Rural do município, José Francisco Costa. Os dois líderes dos fazendeiros da região foram detidos por desacato à autoridade e liberados após prestar depoimento.