Ministério Público decidirá sobre proibição de queimadas para pequenos agricultores no Maranhão

03/12/2003 - 6h45

Daniela Cardoso Quintanilha
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Uma audiência no Ministério Público da cidade de São João de Rosário, a 100 quilômetros de São Luís (MA), decidirá no dia 10 sobre a liberação das queimadas para preparação do plantio pelos pequenos agricultores locais. Há dois meses, 18 famílias estão proibidas de fazer a queimada controlada autorizada pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis), porque o Batalhão Florestal da capital maranhense alega que os agricultores desobeceram a distância de 30 metros dos rios.

De acordo com a moradora Jacinta Costa, a proibição se deve a problemas pessoais entre moradores e familiares de guardas florestais que também moram na comunidade. "Onde a gente roçou para queimar não é próximo do rio, só tem um córrego temporário que enche de água apenas quando chove. Aqui ao lado, um morador parente de um guarda florestal que foi liberado para queimar", disse a agricultora.

As plantações, segundo dona Jacinta, foram prejudicadas e as famílias vão ficar sem comer. "A gente se alimenta dessa lavoura. É dela que a gente tira o arroz, a mandioca, a farinha e os legumes", afirmou.

O tenente Jorge Bernardo, do Batalhão de Florestas de São Luís, disse que o objetivo é ensinar os agricultores a preservar as florestas. "Nós não estamos proibindo as pessoas de plantar. Estamos fazendo uma prevenção para que os agricultores não plantem nas margens dos rios, nem provoquem incêndios florestais", informou.