Estados condenam Israel por campanha contra palestinos durante debate na assembléia da ONU

03/12/2003 - 9h29

Nações Unidas - A Assembléia-Geral das Nações Unidas voltou a debater a questão palestina nessa terça-feira, depois da aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU do "Roteiro para a Paz" no Oriente Médio proposto pelos Estados Unidos, Rússia, União Européia e pela própria ONU.

A maioria dos oradores condenou Israel por sua política de repressão contra os palestinos, qualificando as execuções extrajudiciais, o uso da força militar contra civis, a demolição de casas e a construção de um muro em território palestino, como sérios obstáculos ao processo de paz.

Falando em nome de Israel, o embaixador Dan Gillerman, acusou os palestinos de continuar promovendo ataques suicidas contra seu país, atos de terror que – segundo ele – somente aceleram o clima de insegurança na região.

"Nos últimos 10 anos, mais de 1.100 israelenses foram mortos em atentados terroristas. Cerca de 900 israelenses perderam a vida depois de setembro do ano 2000", disse Gillerman.

Acusando o líder da Autoridade Palestina, Yasser Arafat, de nada fazer para reverter o quadro de tensão no Oriente Médio, Dan Gillerman sustentou também que "o terrorismo não é arma de pacificadores, mas de covardes que rejeitam a paz, procurando apenas destruir e nada criar".

Nasser Al-Kidwa, embaixador palestino na ONU, afirmou que as ações de Israel não só violam os mais elementares princípios da lei humanitária internacional, mas tem por objetivo destruir os esforços de paz e a visão de dois Estados, Israel e a Palestina.

Al-Kidwa, encerrou sua intervenção destacando que Israel é hoje o grande obstáculo para a paz no Oriente Médio.

"Ambas as partes devem decidir sobre seu futuro, mas cabe a Israel, igualmente, decidir se quer a paz ou a continuidade da guerra", conclui o embaixador palestino nas Nações Unidas.

O Roteiro para a Paz prevê um estado palestino independente.

As informações são da Rádio ONU