Cinema brasileiro pode repetir em 2004 resultados alcançados neste ano

03/12/2003 - 13h08

Rio, 3/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os profissionais da indústria cinematográfica estão otimistas quanto à possibilidade de o cinema brasileiro repetir em 2004 a mesma trajetória alcançada neste ano, que é considerada histórica para o setor, pela recuperação de 20% do mercado e a criação de 65 salas de exibição só no Rio de Janeiro. Os números apontam que o público atingido, de 20 milhões de pessoas, aumentará para 22 milhões com os lançamentos de fim de ano.

A questão foi debatida hoje no encontro "Cinema Brasileiro - Bussines do Momento", promovido pelo Conselho Empresarial de Cultura, da Associação Comercial. O ator e presidente da Riofilme, órgão da Prefeitura do Rio, José Wilker, disse que tem expectativa positiva.

Wilker ressaltou que a repetição de desempenho pode acontecer desde que se aposte e invista na criação de medidas que garantam um bom resultado em 2004 e nos próximos anos. Citou como exemplos a insistência na criação de novas salas de exibição, melhor regulamentação do mercado, formação de técnicos profissionais de cinema e que público alvo atingir. Segundo Wilker, o setor amadureceu e não se faz mais filmes por fazer. Agora, há uma visão de produto, venda e qualidade. Ele observou que o cinema brasileiro vive de surtos e que políticas públicas e privadas podem evitar esses hiatos para que o setor se estabilize.

Já Leonardo Barros, da Conspiração Filmes, disse que apesar do bom desempenho em 2003, o setor ainda está aquém do que já foi até 1991, data em que o governo deixou de investir na área. Segundo ele, os atuais 20% de recuperação do mercado significam uma reconquista do que foi interrompido naquela ano, com a liberação do mercado para estrangeiros. Lucy Barreto, da LC Barreto Produções, está otimista e disse que a empresa fechou nesta semana a captação de recursos com a iniciativa privada para a realização do filme "Romeu e Julieta", que será rodado em 2004. A produtora irá rodar mais dois filmes no próximo ano.

A criação de novas salas foi defendida também pelo secretário de Culturas da cidade, Ricardo Macieira. Ele falou sobre o sucesso alcançado pelo projeto Teloma, que reuniu mais de quatro mil pessoas numa sessão no bairro de Vista Alegre, e disse que em 2004 a meta da secretaria é criar cinco novas salas populares. José Wilker informou que leu 460 roteiros nos dois últimos meses e separou 80, dos quais fará uma triagem para financiar a produção, dentro do orçamento da Riofilme para 2004 que deve ficar entre R$ 22 milhões e R$ 25milhões.

O debate foi preparatório para o seminário sobre a questão que acontecerá na próxima sexta-feira(5), quando será também inaugurada uma exposição de painéis sobre o cinema brasileiro.