São Paulo, 2/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A agricultura brasileira é altamente competitiva e pode disputar mercado. Por esse motivo, o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, defende a criação de uma Área de Livre Comércio das Américas (Alca) ambiciosa. "Sou defensor de uma tese que leve em consideração uma verdadeira área de livre comércio, não uma área como a que os Estados Unidos querem, em que os subsídios aos produtores agrícolas de seu país não podem ser discutidos na Alca, enquanto não o forem na OMC (Organização Mundial do Comércio)", disse o ministro. Segundo ele, "ou nós discutimos de maneira ambiciosa todos os temas ou ela (a Alca) perde ambição como um todo".
Roberto Rodrigues ressaltou que "a Alca, como está tratada no documento firmado pelos ministros há pouco mais de uma semana, em Miami, é ambiciosa na medida em que todos os temas estão lá colocados". Segundo ele, entretanto, é preciso observar que "não há garantia de que essa ambição se transforme em realidade, porque daqui para frente as discussões vão acontecer efetivamente a partir de fevereiro (em Puebla)".
O ministro destacou que o Brasil mantém uma posição ambiciosa, mas que ela tem sido "minimizada" pela posição agrícola dos Estados Unidos. De acordo com ele, essa é uma das principais questões a serem tratadas nas negociações. "Se nós conseguirmos trocar essa questão imposta pelos americanos por acesso a mercados dentro do setor rural, então a agricultura continuará com chances de avançar", afirmou.
Por acesso a mercados, o ministro explicou que se trata de aumento de cotas para produtos como açúcar, etanol e carnes, por exemplo. "A idéia é compensar a perda que teremos com a manutenção da proteção agrícola americana aos seus produtores com acesso a mercados dentro do setor rural e não em outro setor da economia", disse Rodrigues.