Rio, 2/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (Unesco), Jorge Werthein, sugeriu hoje que o país invista mais na área cultural. Segundo ele, embora o Brasil seja um país riquíssimo, com uma diversidade cultural que poucos países conseguem igualar, ainda não conseguiu transformar a cultura em uma de suas prioridades em termos de investimento.
Werthein lembrou que, em todo o mundo, as atividades culturais geram emprego de forma significativa e que o Brasil tem atividades culturais que poderia exportar. "Temos culturas que poderíamos expandir, atividades culturais que poderíamos exportar, daí porque precisamos priorizar investimentos na área da cultura", afirmou.
Como efeitos positivos dessa iniciativa, ele citou a difusão da cultura brasileira, a criação de oportunidades de trabalho e o fato de a cultura e a educação serem fundamentais para construir a cidadania e elevar a auto-estima. Para Werthein, falta no Brasil esse tipo de prioridade. "Está faltando que a sociedade como um todo tome consciência de que só através de investimento maciço, sistemático e apartidário em educação, cultura e ciência e tecnologia, o Brasil poderá desenvolver-se".
Ele citou como alguns exemplos. "Há 25 ou 35 anos, países como Coréia do Sul, Malásia, Espanha, República da Irlanda, tinham indicadores sociais, culturais, educacionais similares ou piores do que o Brasil tem hoje. Esses países tomaram a decisão política de investir sério, maciço, como prioridade do Estado, nessas áreas e todos nós sabemos onde estão agora no contexto internacional. Precisamos fazer isso hoje e não parar nunca e tentar compensar as tremendas deficiências históricas que temos no Brasil. Então, poderemos pensar que daqui a 15, 20 ou 25 anos, o Brasil poderá inserir-se no contexto internacional em posição infinitamente melhor do que hoje possui", concluiu.