Brasília - Antes mesmo de enfrentar ontem (30/11) o Japão, último adversário na Copa do Mundo masculina de vôlei, o Brasil já comemorava o título inédito da competição. A derrota da Itália para a Sérvia e Montenegro, por 3 sets a 1, na partida anterior, garantiu a medalha de ouro para a equipe comandada por Bernardinho. O título antecipado não diminuiu a vontade dos brasileiros, que derrotaram os donos da casa por 3 sets a 0, parciais de 25/17, 25/19 e 25/16, em pouco mais de uma hora de jogo.
"Foi muito bom entrar em quadra com o título garantido. Jogamos para nos divertir e foi maravilhoso. Dedico mais essa vitória à comissão técnica e aos 11 jogadores que se esforçaram muito nessa guerra", afirmou o atacante Giovane. Na noite anterior, o jogador teve um pesadelo com a equipe brasileira. "Ainda bem que foi só um sonho ruim. Agora, vamos curtir mais essa conquista", acrescentou.
O meio-de-rede Gustavo lembrou o esforço desse grupo. "A maior parte do time está junto há quatro anos e a chegada da nova comissão técnica foi muito importante para nos ajudar a traçar esse caminho. Essa é a realização de um sonho não só meu, mas de todos os jogadores. Estamos conquistando o mundo e vamos lutar para seguir sentindo esse gostinho da vitória", comentou Gustavo.
Já o ponteiro Dante destacou a disciplina da equipe. "Isso tudo é fruto do nosso trabalho. Estivemos focados o tempo todo no mesmo objetivo, que era a classificação para as Olimpíadas. Esse título só veio deixar a festa ainda melhor", declarou o jogador que dedicou a conquista para a sua filha recém nascida Giovanna. "Esse é o primeiro título dela", completou.
O atacante Giba também apontou a força do grupo como o principal destaque do Brasil. "A cada dia que passa, a equipe mostra que é formada por 12 jogadores. Quem está de fora sabe que não está à toa e entender essa condição mostra o quanto essa equipe é madura. Todo mundo sai ganhando", disse o jogador, que ainda espera ver um crescimento ainda maior do time. "Ainda temos muito que aprender para fechar esse ciclo olímpico com a medalha de ouro", acrescentou.
Eleito o melhor jogador da partida contra os japoneses, Anderson falou sobre o momento em que o grupo soube que já era campeão. "Comemoramos muito. Entramos em quadra felizes e conseguimos impor o nosso ritmo o tempo todo. Jogamos com alegria e a festa foi ainda mais bonita", comemorou.
Banho em quadra
Após o último ponto da partida, com um ataque do meio-de-rede Rodrigão, os jogadores comemoram em quadra com um grande banho de água. Em seguida, com o piso molhado, ensaiaram um peixinho coletivo que arrancou aplausos da torcida que lotava o ginásio Yoyogi. Depois disso, foi a vez da tietagem dos próprios adversários: Egito, Japão e França pediram autógrafos e tiraram fotos com os jogadores brasileiros. A festa continuou no hotel, com a visita do ex-jogador de futebol e ídolo Zico. Atual técnico da seleção japonesa, Zico não pôde estar presente ao jogo porque anunciou a convocação da equipe nacional naquele mesmo momento.
O capitão Nalbert resume bem o desempenho da seleção brasileira nessa Copa do Mundo. "Não tenho dúvida que estamos num momento maravilhoso. Nunca vi a nossa equipe jogando tão bem. Apesar do pouco tempo de treinamento, o nosso time sobrou em relação às outras seleções. E tenho certeza que essa curva é ascendente. Daqui para a melhor", declarou o jogador.
O técnico brasileiro Bernardinho também não cansou de elogiar o desempenho da equipe. "Sabíamos que já éramos campeões antes mesmo de pisar em quadra contra o Japão. Fico contente por ver que os jogadores entraram felizes, mas determinados o tempo todo. Jogaram como se fosse uma final", afirmou.
Perfeccionista, o treinador insiste em afirmar que o time ainda tem muito trabalho pela frente. "Não estamos no auge, mas a caminho do amadurecimento. Ainda estamos crescendo e é preciso pensar que ainda temos um longo caminho a ser percorrido. O trabalho vai ser árduo até as Olimpíadas de Atenas", finalizou.
As informações são da Confederação Brasileira de Vôlei.