Brasília, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Pessoas que trabalham em escritórios podem evitar a gripe ou outras doenças comuns se os sistemas de ar-condicionado nesses ambientes incorporarem dispositivos que emitem radiação ultravioleta para matar bactérias e fungos. A conclusão é de estudo de cientistas canadenses da Universidade McGill e publicado à semana passada na revista The Lancet.
De acordo com o estudo, cerca de 70% dos trabalhadores em nações industrializadas ocupam escritórios com ar-condicionado e costumam apresentar sintomas de problemas respiratórios, bem como irritação das membranas mucosas da garganta, nariz ou olhos.
Os pesquisadores, liderados por Dick Menzies, do Montreal Chest Institute, que pertence à universidade canadense, realizaram diversos testes com 771 voluntários, durante 48 semanas. Após um período inicial de 12 semanas, um sistema com radiação ultravioleta germicida foi utilizado por 4 semanas. A seqüência foi repetida por duas vezes.
Os trabalhadores que inicialmente estavam com algum tipo de problema tiveram uma redução de 40% nos sintomas respiratórios e 30% nos sintomas relacionados às mucosas. De acordo com os cientistas, os benefícios foram maiores para os não fumantes, que tiveram uma redução de 50% nas reclamações de problemas musculares.
"A instalação do ultravioleta germicida pode resolver sintomas típicos de escritórios, provocados pela contaminação por micróbios de sistemas de ventilação, aquecimento ou ar-condicionado, para cerca de 4 milhões de pessoas, apenas na América do Norte", disse Menzies em comunicado distribuído pela The Lancet.
Os cientistas da Universidade McGill estimaram o custo de instalação dos sistemas antimicrobianos. Para um prédio de escritórios com 11.148 m², com mil ocupantes, a instalação sairia em US$ 52 mil e os gastos anuais seriam de US$ 14 mil, em eletricidade e manutenção.
"O custo por trabalhador, se comparado com a perda para as empresas devido a faltas relacionadas a doenças típicas de quem trabalha em escritório, é altamente compensador", diz Menzies. (Agência Fapesp)