São Paulo, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Durante toda a tarde de hoje, o secretário do Tesouro, Joaquim Levy, esteve reunido com integrantes do Grupo de Acompanhamento da Conjuntura do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, para discutir a política fiscal imlementada pelo governo. Os empresários ponderaram sobre o aperto fiscal e demonstraram preocupação com a alta da Cofins de 3% para 7,6%. Há um temor de que a alteração represente um aumento da carga tributária, semelhante ao que ocorreu com a elevação do PIS. O assunto será tratado na próxima quarta-feira (3/12), em Brasília, em reunião do Grupo com o Ministério da Fazenda e a Secretaria da Receita Federal.
Após reiterar a necessidade do ajuste fiscal, Levy revelou que a rigidez deve continuar em 2004. "Este foi o primeiro ano em que a relação dívida/ PIB caiu. Temos obrigação de fazer com que continue caindo e a política fiscal tem papel insubstituível nisto". O importante, segundo o secretário do Tesouro, é que "a questão fiscal deixe de ser um ponto de interrogação na cabeça dos investidores".
Em uma avaliação de 2003, Levy definiu o segundo trimestre como o do "baque do ajuste", o terceiro como o "da virada" e o quarto trimestre como o do "crescimento instantâneo". Para 2004, arriscou uma previsão para a taxa de crescimento da ordem 3% e 3,5%.
Sobre uma possível injeção de recursos do Tesouro na capitalização do BNDES, Levy não confirmou se haverá aporte do Tesouro, mas disse que efetivamente o "desenho" da capitalização está praticamente concluído e ressaltou a importância histórica do Banco para o país. "O BNDES quer emprestar R$ 47 bilhões no ano que vem. Certamente não vai ser por uma deficiência de capital que não fará isso. O governo vai ter a resposta adequada para o banco cumprir este programa".
Mylena Fiori