Rio, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - A violência e os acidentes, principalmente os de trânsito, matam quatro vezes mais os homens do que as mulheres na faixa dos 20 aos 25 anos de idade. Em 1980, a probabilidade de morte dos homens em relação às mulheres neste grupo era 2,1 vezes maior. Os dados constam das Tábuas Completas de Mortalidade 2002, divulgadas hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e que mostram que, pela primeira vez na história, a expectativa de vida do brasileiro superou os 70 anos.
O estudo aponta que as mulheres vivem em média 74,9 anos, enquanto os homens chegam a 67,3 anos. Para o coordenador de População e Indicadores Sociais do IBGE, Luis Antônio de Oliveira, a diferença na esperança de vida entre homens e mulheres, que no Brasil é de 7,6 anos, deve ser vista como um alerta, principalmente porque está relacionada a situações externas e não apenas a fatores biológicos ou ambientais. "Em quase todos os países do mundo as mulheres vivem mais que os homens, mas no caso brasileiro a diferença é um pouco elevada e explicada pelos altos índices de mortalidade por violência entre jovens de 20 a 24 ou de 20 a 29 anos, do sexo masculino", explicou ele.
Ainda segundo a pesquisa, em 2002, a taxa de mortalidade no Brasil era de 28,4% por mil crianças nascidas vivas, enquanto a média mundial era de 55,6%. Entre os 192 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU), o Brasil ocupava a 100ª posição. O primeiro foi Cingapura, com 2,9% e o último, Serra Leoa, com 177,2%. Dados das Nações Unidas apontam que a mortalidade infantil no Brasil caiu 37% entre 1991 e 2000.