Brasília, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Ao som do samba-enredo da escola de samba carioca Acadêmicos do Grande Rio, que produziu um samba – para o carnaval do próximo ano - defendendo o uso da camisinha na prevenção da Aids, 300 alunos de escolas do Distrito Federal se reuniram na Praça dos Três Poderes para escrever mensagens de solidariedade numa colcha de retalhos de seis mil metros quadrados, que foi estendida no local para lembrar o Dia Mundial de Luta contra a Aids.
A colcha traz mensagens de alunos pertencentes às 54 escolas de todos os estados do Brasil. O ato simboliza a solidariedade da população às mais de 100 mil vítimas que já morreram de Aids no país e às 135 mil pessoas que vivem com a doença.
O ministro da Saúde, Humberto Costa, se juntou aos adolescentes na Praça dos Três Poderes e escreveu, na colcha de retalhos, que a primeira forma de se combater a Aids é não discriminar os portadores da doença. De acordo com o ministro, o Brasil tem hoje o que comemorar: o número de pessoas que morrem no país com Aids é metade do que as estatísticas internacionais previam.
O Brasil, acrescentou Humberto Costa, pode festejar por ser um dos pioneiros na introdução do tratamento com medicamentos anti-retrovirais para todas as pessoas. O ministro anunciou, ainda, negociações para a aquisição de um novo medicamento, com uma redução de 75% no preço, e, também, para a produção deste medicamento no Brasil.
Ainda de acordo com ele, outro medicamento teve redução de 25%, e para o anti-retroviral em que não se conseguiu ainda redução do preço, o Ministério da Saúde não descarta a possibilidade de quebra da patente: "A expectativa é de que ela possa acontecer", afirmou.
O carnavalesco Joãosinho Trinta participou do ato simbólico na praça dos três poderes e lembrou que a diretoria da Grande Rio está empolgada com a criação do enredo "Pecado é não usar" porque, segundo ele, o impacto do tema fará do desfile da escola uma grande contribuição às campanhas do Ministério da Saúde. "A voz popular, o samba, que fica impregnado no ouvido e no coração de todos, reforçará a campanha", assegurou Joãosinho Trinta.
Para o diretor do Programa DST/Aids, do Ministério, Alexandre Granjeiro, o jovem, hoje, é um grupo vulnerável à doença. Por isso, alerta, é importante que se concentrem ações no sentido de que o jovem inicie sua vida sexual de forma consciente, utilizando preservativos. "Temos fortalecido as ações em escolas, inclusive disponibilizando os preservativos", frisou.
O diretor lembrou que, embora o país tenha obtido vitórias importantes em relação à doença, a cada dia, 60 novos casos da doença surgem com, pelo menos, 25 mortes, "o que requer que a população, o governo, a sociedade redobrem os seus compromissos, suas ações, tanto do ponto de vista de prevenir a Aids, como evitar situações de preconceito e violência contra as pessoas com Aids".