Brasília, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - Os participantes da Conferência Nacional do Meio Ambiente, que terminou nesse domingo, aprovaram propostas reforçando a questão da biossegurança no país. De acordo com o coordenador do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Fábio Abdalla, a conferência confirmou sua posição favorável ao projeto de lei de Biossegurança, enviado pelo governo ao Congresso.
De acordo com Abdalla, a Conferência recomenda a proibição da produção e comercialização dos organismos geneticamente modificados (OGMs). Sobre a questão da pesquisa, a posição é favorável à realização de estudos, por empresas públicas. Também foi aprovada a exigência de rotulagem, principalmente para os produtos importados, que já estão no mercado.
O coordenador do GTA afirmou que tem a expectativa de que "as coisas comecem a ser executadas, porque, até agora, está muito aquém do esperado".
Apesar da Conferência ter caráter consultivo, Fábio Abdalla acredita que o governo poderá incorporar as propostas ciente de que elas tem respaldo. "Temos agora um conjunto de argumentos (propostas), legitimados por diferentes setores da sociedade, mas com predominância da vontade dos governos, que tinham a maioria dos delegados da Conferência", afirmou.
Para ele, outro resultado positivo é que a Conferência deixou claro que a defesa da preservação ambiental não é um discurso de exclusividade dos "eco-chatos". "São temas de interesse de toda a sociedade, até de setores que estavam mais bem representados do que as próprias organizações não governamentais", afirmou.
A aprovação do texto sobre transgênicos gerou comoção. Após a aprovação, todos cantaram o hino nacional.