Rio, 1/12/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, vai propor, hoje, que parte do pagamento do serviço da dívida (dos juros), seja amortizada por investimentos nacionais em Educação, Ciência e Tecnologia. A proposta será apresentada às 18 horas, na abertura da Terceira Sessão da Comissão Mundial Sobre Ética do Conhecimento Científico e Tecnológico (Comest), que se realiza até quinta-feira (4), no hotel Sofitel, zona sul do Rio. O encontro, que pela primeira vez ocorre fora da Europa, é promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
Amaral informou que, na reunião de ministros da Ciência e Tecnologia da América do Sul e de países de Língua Portuguesa, prevista para o encontro, se discuta a inclusão da proposta na Carta do Rio, documento-síntese do encontro. Segundo ele, a parcela a ser descontada para os investimentos ainda será discutida. "Cada país é senhor dos seus interesses, mas uma negociação global entre credores e devedores não pode ser pontual. Se é uma discussão, como estou propondo, de todos os nossos países, coordenados pela Unesco, temos que discutir medidas que atendam a todos os países", advertiu.
Segundo Amaral, o governo argentino aprova a proposta. O diretor geral adjunto da Unesco, Márcio Barbosa, disse que a proposta pode ter o apoio da organização. "Se a região quer isso, a Unesco vai buscar", afirmou Barbosa. Outra proposta do ministro Amaral é incluir a discussão do acesso dos países emergentes à Ciência e à Tecnologia, nas negociações na Organização Mundial do Comércio (OMC), onde são analisadas as barreiras alfandegárias, comerciais e cotas para o trânsito de mercadorias. "Estamos interessados em discutir a melhor colocação dos nossos grãos nos Estados Unidos e na Europa, mas queremos também discutir investimento em Ciência e Tecnologia. Estamos fazendo um apelo a todos países para que coloquem essa questão nas suas negociações na OMC", revelou.