Brasília, 28/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Fazenda, Antonio Palocci, disse que o país vai ter um final de ano e um 2004 de crescimento econômico, com base nos índices divulgados sobre atividade industrial em outubro que apontam a continuidade do crescimento. Palocci está otimista quanto a um melhor resultado do Produto Interno Bruto (PIB) no quarto trimestre deste ano, mas lembrou que, mesmo no terceiro trimestre, cuja expansão ficou abaixo das expectativas (0,4%), "há um julho ruim numa situação bastante difícil para um setembro bem melhor".
Ele advertiu que a recuperação da economia não deve ser vista apenas pelo resultado do PIB no trimestre. "Todos sabiam que neste ano o ajuste severo seria necessário, o que levaria a uma dificuldade de crescimento e perda de PIB", assegurou, lembrando que muitos países tiveram perda de PIB de 3% a 11% em períodos pós-crise.
Segundo o ministro, o Brasil tem conseguido sair com perda de PIB mas, já do meio para o final do ano, os indicadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam crescimento das atividades da indústria, agrícola e de investimentos e formação bruta de capital fixo. "Isto indica que o período de maior dificuldade e perigo da economia já passou e que entramos numa fase de recuperação econômica", garantiu.
Palocci comparou o atual período com o ocorrido entre 2000 e 2001, que foi o último de crescimento mais longo. Ele lembrou que, naquela época, o Brasil tinha taxa real de juros de 10%, um ajuste fiscal relativamente bom e contas externas ruins, o que proporcionou um crescimento em seis trimestres consecutivos, com um índice de 4,4% por cento em 12 meses.
"Hoje, vemos à frente um ano fiscal melhor do que o daquele período, contas externas bem melhores e juros já menores e caminhando ainda para uma possibilidade de redução. Essas condições demonstram que, se com condições parecidas e inferiores, o Brasil cresceu seis trimestres, temos agora a abertura de um período que é uma chance histórica para o crescimento do país", afirmou Palocci.
O ministro da Fazenda disse que o próximo passo é trabalhar para evitar que surjam gargalos para o crescimento e não repetir o que aconteceu naquele período, quando, depois de seis trimestres, o país bateu na parede da crise energética.