Rio, 28/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Saúde, Humberto Costa, abre o Dia D de Combate à Dengue amanhã de manhã, no bairro de Acari, na zona norte do Rio. Junto com agentes comunitários, Humberto Costa vai visitar duas residências para ensinar como fazer a retirada dos focos do "Aedes aegipty" numa das áreas mais afetadas pelo mosquito transmissor da dengue no Rio. A subsecretária estadual de Saúde, Alcione Athaíde, afirmou hoje que o fundamental é o combate começar em casa, já que, segundo pesquisas, 90% dos focos da doença foram localizados em residências dos 92 municípios fluminenses.
O Dia D de Combate ao "Aedes aegypti", uma das ações previstas no Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), tem como estratégia a promoção de ações de mobilização social, para produzir mudanças no comportamento da população diante da doença. A ação, realizada todos os anos, sempre no último sábado de novembro, já começou hoje no Rio, onde técnicos da Fundação Parques e Jardins promoveram um "ataque" às bromélias na Barra da Tijuca, bairro onde se concentra a maior quantidade deste tipo de planta, que acumula muita água, em áreas públicas.
Os técnicos usaram larvicidas especiais que eliminam as larvas do mosquito transmissor da doença, sem afetar o ser humano.Também já começam a ser desenvolvidas ações e trabalho educativo em logradouros públicos, locais sem saneamento adequado, favelas e municípios da Baixada Fluminense e da periferia do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo Alcione Athaíde, toda essa mobilização visa a evitar a progressão da doença, como ocorreu no início dos anos 90, quando uma epidemia matou mais de 350 pessoas no Estado. Em 2001, o número de óbitos voltou a aumentar, apesar das medidas adotadas na área de saúde: foram registrados 71 casos, com 12 mortes. Os números aumentaram muito em 2002, quando foram detectados 288 mil casos e registradas 91 mortes em todo o Estado.
Em 2003, disse a subsecretária, graças à união de esforços dos governos federal, estadual e municipal, foram registrados, até agora, menos de 8 mil casos nos 92 municípios fluminenses, e não há notificação de óbitos. Entretanto, informou Alcione Athaíde, os nove municípios de maior incidência da doença - Rio, São Gonçalo, Niterói, São João de Meriti, Nova Iguaçu, Caxias e mais três da Região dos Lagos - permaneceram com taxas altas de infecção em 2002 e, por isso mesmo, estão sendo rigorosamente monitorados.
Só no Rio, 20 mil agentes da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e da Secretaria Estadual de Saúde deverão atuar até o final do verão. O Hospital São Sebastião, referência no tratamento da dengue no Rio, está equipado para receber um grande número de pacientes. Além disso, 150 médicos especialmente treinados para a Campanha contra a Dengue estão prontos para atuar em caso de emergência em todos os hospitais estaduais.
Neste ano, o Ministério da Saúde investiu cerca de R$ 12 milhões para a divulgação do Dia D. Estados e municípios de todo o país receberam um milhão de cartazes, 8.500 camisetas e 20 mil faixas, além de material para 'outdoors' e anúncios em ônibus chamando a atenção da população, principalmente a do Rio de Janeiro, um dos estados mais afetados pela ação do mosquito. Também estão sendo veiculados anúncios em televisão, rádio e jornal.