Brasília, 27/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Conferência Nacional do Meio Ambiente começa amanhã em Brasília com a esperança de reunir propostas concretas para a formulação da Política Nacional de Meio Ambiente. Mas o evento também será o local onde entidades ambientais vão externar suas preocupações e desânimo com a política ambiental.
Em entrevista ao programa "Revista Amazônia", da Rádio Nacional da Amazônia, o secretário-executivo do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA), Fábio Abdalla, se mostrou preocupado com as "contradições internas" com relação ao Plano Plurianual (PPA) e o Programa da Amazônia Sustentável. Para ele, enquanto o PPA "joga muita ênfase nos grandes projetos de infra-estrutura, como estradas e hidrelétricas, o PAS procura articular a dimensão das alternativas econômicas na visão dos movimentos sociais". Ele afirmou que o assunto será discutido durante a Conferência de Meio Ambiente.
Hoje, durante coletiva com a ministra Marina Silva, o jornalista e ambientalista Washington Novaes, afirmou que a Conferência pode ser uma esperança na medida que signifique intensa participação social. Mas argumentou que há questões que precisam de intervenção antes mesmo da sociedade. Novaes criticou a falta de uma posição estratégica de governo quando o assunto é meio ambiente, e citou como exemplo o caso dos transgênicos. "O Brasil precisa dizer claramente se quer ser produtor, se não quer ser, ou se quer as duas situações em áreas separadas; precisa definir como será a postura", afirmou.
Sobre a Amazônia, Novaes afirmou que enquanto não conseguir aliar a conservação com a geração de empregos e renda será difícil avançar. Para ele, é preciso encontrar uma fórmula para tirar o Ministério do Meio Ambiente da "situação de gueto".