Cláudia Paiva
Repórter da Agência Brasil

Brasília - "Será um reencontro de velhos amigos". Assim, o embaixador da Alemanha, Uwe Kaestner, classificou hoje a visita do presidente alemão, Johanes Rau, que chega na próxima quinta-feira (27) ao país. Rau permanecerá no país por dois dias, período em que assinará acordo de cooperação econômica bilateral.

O chefe de Estado alemão conheceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como líder sindical, em 1982, quando esteve em visita ao Brasil. Na mesma década, Lula encontrou-se novamente com Rau, em Berlim. "Os dois guardam lembranças da importância estratégica desses encontros, e vêem o encontro dessa semana como uma oportunidade de reencontrar velhos amigos", disse o embaixador alemão.

De acordo com o embaixador, os dois presidentes vão assinar convênios para desenvolver, em parceira, projetos de geração de energia renovável na região Amazônica ou no Nordeste do país. Segundo informações do diretor da Agência de Cooperação Técnica Alemã (GTZ), Dietmar W. Wenz, um projeto de produção de energia solar na Amazônia, em parceria com a Eletrobrás, tem investimento previsto de cerca de US$ 15 milhões.

O embaixador da Alemanha disse que, no ano passado, durante a crise de confiança o Brasil viveu, foi registrada uma queda de cerca de US$ 9 bilhões no volume de comércio entre as duas Nações. O embaixador lembrou, também, que hoje a balança comercial entre os dois países é deficitária para o Brasil em cerca de US$ 400 milhões.

Kaestner lembrou a crise de energia que atingiu o país em 2001 e disse é necessário incrementar os investimentos em geração. "O Brasil é um país privilegiado em potencial de geração de energia hidrelétrica, mas, com o "apagão", ficou comprovado que devemos ampliar os investimentos em geração de energia eólica, de biomassa, centrais hidrelétricas e a carvão", disse Kaestner.