Segundo a FAO, fome cresce no mundo e diminui no Brasil

25/11/2003 - 15h30

Lídia Porto
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Um relatório divulgado hoje pela FAO, agência das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, indica que, apesar de esforços e metas de organismos internacionais, cerca de 842 milhões de pessoas estão passando fome no mundo. E o número cresce: a cada ano, são mais 5 milhões de subnutridos no planeta.

Para o Brasil a situação está melhorando. O país aparece na lista das 19 nações que conseguiram reduzir o número de famintos. Entre 1990 e 1992, havia 18,6 milhões de pessoas passando fome. Esse índice reduziu para 15,6 milhões entre 1999 e 2001. A melhoria é considerável e as Nações Unidas está otimista em relação a novos avanços. Segundo o relatório, um exemplo de progresso é o programa Fome Zero, criado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prometeu erradicar o problema até o fim de seu mandato.

Com a melhora em países como China, Chade, Guiné Bissau e Namíbia, cerca de 80 milhões de pessoas deixaram de ser consideradas desnutridas no mundo.

Alimentos x vontade política

No entanto, a luta contra a fome não tem tido sucesso num contexto geral. Para as Nações Unidas atingirem a meta de reduzir pela metade o número de subnutridos no mundo até 2015, seria necessário que 26 milhões de pessoas saíssem da faixa de desnutrição todos os anos. Atualmente, há um acréscimo de 5 milhões.

Apesar dos índices, constatou-se também que não falta alimento no mundo. Segundo o relatório, intitulado O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo, "o problema não é tanto a falta de comida, mas a falta de vontade política." A maior parte das pessoas passando fome no mundo está nos países em desenvolvimento, principalmente na África e Ásia.

O relatório indica que os países que conseguiram melhorias no setor alimentício também apresentaram crescimento econômico, melhor índice e educação e saúde e menores níveis de contaminação pelo HIV.