Brasília, 25/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - "Você só doa sangue para quem conhece? Então a gente gostaria de apresentar algumas pessoas". Com esse slogam, o Ministério da Saúde iniciou hoje, em meio as comemorações do Dia Nacional do Doador Voluntário, uma campanha de conscientização da importância da doação de sangue. De acordo com o ministro Humberto Costa, a maioria das pessoas que são voluntárias regulares só procuram os hemocentros porque conhecem alguma pessoa que necessita.
A campanha será veiculada nas rádios e TVs até o dia 20 de dezembro. Também haverá a distribuição da cartazes e folhetos com informações sobre a segurança da doação, o tempo de intervalo entre uma doação e outra e o que é preciso para ser doador.
O ministro fez um apelo para que as pessoas não procurem os hemocentros para realizar teste de HIV. "O que nós temos insistido junto à população é que quem desejar fazer o teste para saber se é portadora do HIV não deve procurar o banco de sangue e sim deve procurar os Serviços de Testagem Anônima em seu estado ou município".
Para comemorar o Dia Nacional do Doador Voluntário, os Ministérios da Saúde, Educação, Defesa, Trabalho e Esporte, junto com as Confederações da Indústria, Comércio e Agricultura e a Central Única dos Trabalhadores, assinaram um Termo de Compromisso para conscientizar os segmentos que representam para a importância da doação e sangue.
O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, reforçou a importância da participação dos atletas encabeçando campanhas de doação. "No caso dos esportes, vamos mobilizar atletas nas competições e nas oportunidades de eventos para divulgar a campanha, mostrando que doar sangue é um gesto de amor, de solidariedade e que uma ação integrada vamos aumentar o número de doadores", disse.
Como um bom exemplo a ser seguido, a atleta brasiliense Juliana Rodrigues recebeu do ministro da Saúde um certificado de agradecimento pelas doações constantes que realiza. Juliana é doadora desde 1998, quando assistindo um apelo na televisão para que realizem a doação procurou um hemocentro e resolveu ser doadora. "Faço doações constantes, duas vezes por ano, para não atrapalhar os meus rendimentos", contou.
Outros cinco voluntários fiéis foram homenageados pelo ministro da Saúde, cada um representando uma região. O maior doador, entre os cinco, o representante da região Sul, Luiz Cláudio Rodrigues, contou que começou a doar sangue quando o filho de um amigo teve leucemia - câncer no sangue -, e precisou da doação. "Isso aconteceu em 1988 e desde essa época faço doações regulares", lembrou. Com a regularidade de duas vezes por mês, Rodrigues já contabilizou cerca de 71 doações.
O ministro Humberto Costa disse que um dos maiores problemas no país com sangue é a necessidade de importação dos hemoderivados, que chegaram a custar, em 2002, cerca de
US$ 150 milhões. Para resolver essa questão, o ministro anunciou a criação da Hemobrás, empresa brasileira que fabricará os hemoderivados. O ministro garantiu que já tem os recursos para a construção da empresa, o que falta, segundo ele, é a aprovação do projeto no Congresso.