Raquel Ribeiro e Iolando Lourenço
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - A poucas horas do início da votação em primeiro turno da Reforma da Previdência, o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), foi ao gabinete do líder do governo Aloizio Mercadante (PT-SP) para dizer que seu partido insiste na supressão do subteto do funcionalismo público estadual do texto original da reforma. Renan acusou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), de oportunismo e esperteza por defender a manutenção do texto para beneficiar apenas seu estado. "Ninguém pode ser Tiradentes com a cabeça dos outros", afirmou.
Renan Calheiros garante que conta com o apoio da maioria dos 22 senadores peemedebistas pela supressão dos três subtetos, e cobra uma definição urgente e clara de como ficará a questão na PEC paralela. "Três subtetos cria uma situação injusta com os servidores do Executivo. Queremos um subteto único para os três poderes", disse.
Aloizio Mercadante garante que o acordo fechado ontem com o governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), será mantido, porque a reforma da Previdência conta com o apoio de 25 dos 27 governadores. Mesmo Rigotto e Luiz Henrique Alves, governador de Santa Catarina, estariam contemplados com as normas do acordo fechado ontem. Portanto, Mercadante afirma que não há razão para o PMDB ficar contra a proposta. "A demanda pela manutenção do texto aprovado pela Câmara é de 25 governadores. Temos acordo para votar esta questão e contamos com o PMDB", afirmou.
Mercadante disse ainda que conta com apoio "maciço" da oposição para a aprovação da reforma previdenciária. A avaliação é compartilhada pela pefelista Roseana Sarney (MA), que calcula entre 53 e 57 votos pela aprovação da reforma desde que haja acordo em torno dos pontos polêmicos. Apesar da proposta estar na pauta de votação de hoje, a senadora ainda acha que é preciso negociar mais. "Temos que continuar as conversas para resolver o subteto para não dificultar a votação", disse. Particularmente, Roseana avalia que o subteto não deveria ter sido incluído na reforma. "Eu não colocaria essa questão na reforma previdenciária", disse.