Iolando Lourenço e Raquel Ribeiro
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O texto original da reforma da Previdência será levado a votação em primeiro turno no plenário do Senado dentro de instantes. Depois de quase duas horas reunidos na presidência do Senado, os líderes dos partidos convenceram o PMDB, de Renan Calheiros (AL), a votar favoravelmente à reforma, sem nenhuma alteração. O partido ameaçava votar pela supressão do artigo do subteto, mas aceitou deixar a discussão do tema para amanhã (26), na hora da votação dos destaques.
"O PMDB não é governo, mas trabalha pela governabilidade. Vamos garantir mais de 90% dos votos para aprovar a reforma. Não queremos que ela retorne à Câmara", disse Renan Calheiros. Segundo o líder do governo no Senado, Aloizio Mercadante (PT-SP), "a turbulência está superada", e o Senado caminha para a votação com o compromisso da base de aprovação da reforma sem alterações.
O líder do PFL, José Agripino (RN), atribuiu a pequena crise a um "curto-circuito de comunicação" que foi resolvido durante a reunião de líderes. "Acho que houve meio que uma tempestade num copo d’água", disse Agripino. Ele confirmou que a questão do subteto só deve ser equacionada na proposta de emenda paralela, e não no texto original.
Agripino explicou que hoje apenas o texto-base da reforma deve ser votado. Para amanhã, ficam os destaques. Serão oito votações nominais, mas a oposição ainda tenta incluir três discussões na pauta. Por enquanto, estão confirmados os debates e votações nominais dos destaques relativos às regras de transição; paridade entre ativos e inativos, subteto; isenção total da contribuição de 11% para inativos com mais de 70 anos; redutor zero para pensões; desconstitucionalização do Seguro de Acidente de Trabalho; e fundos múltiplos de previdência complementar. Agripino descarta a idéia do governo de "rejeitar em bloco as demais emendas".