Brasília, 25/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde pretende aumentar em 2% o volume de doações de sangue neste ano e hoje premiará os campeões nas doações em cada região brasileira. Em solenidade marcada para as 14h30, o ministro Humberto Costa comemorará o Dia Nacional do Doador de Sangue, com a participação de representantes de outros ministérios, que assinarão parcerias com a Saúde.
Atualmente, o número de doadores de sangue no Brasil está abaixo do necessário. Em 2002 foram coletados cerca de três milhões de bolsas de sangue, o que, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), corresponde a menos de 2% dos brasileiros. A OMS calcula que são necessários de 3% a 5% da população. Ontem (24), com o objetivo de conscientizar a sociedade da importância da doação de sangue, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou decreto que cria a Semana Nacional do Doador Voluntário de Sangue, sempre a última do mês de novembro.
De acordo com a coordenadora de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, Beatriz Macdowell, as pessoas já estão mais conscientes da segurança no processo de captação do sangue, mas ainda não foram suficientemente sensibilizada para a importância da doação. "Nós sabemos que as pessoas estão bem informadas sobre a doação, mas o importante é que as pessoas se mobilizem, se movimentem e vão doar", disse
Pessoas com idade entre 18 e 65 anos podem ser doadores, desde que não tenham contraído malária, doença de Chagas, hepatite, ou apresentem comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis como HIV e a sífilis.
Para quem não se encontra nas exceções, é necessário levar os documentos de identificação a um hemocentro. Os médicos recomendam ao doador não comer alimentos muito gordurosos e dormir no mínimo 6 horas. Depois da identificação, o doador faz um teste para saber se está com anemia – pessoas anêmicas não podem doar sangue. Se o resultado der positivo, o doador é encaminhado para atendimento médico. Também são feitas checagens dos sinais vitais e do peso.
O doador passa ainda por uma entrevista confidencial que identifica se a doação pode trazer risco para o receptor e também se a pessoa cometeu alguma situação de risco, ou visitou alguma região endêmica de malária. Passando por todos esses testes, o doador é levado para a coleta, que retira cerca de 450 ml de sangue. Depois é servido um lanche.
O sangue coletado passa por uma série de exames. Todos os resultados são mandados para o doador completamente de graça. Porém a coordenadora alerta para que a doação não seja motivada somente pela obtenção de exames gratuitos. Segundo Beatriz Macdowell, muitas pessoas que apresentam comportamento de risco buscam os hemocentros para obter o exame de forma rápida e segura, porém mesmo com o resultado negativo, o sangue dessas pessoas tem que ser descartado, porque algumas doenças como a aids demoram algum tempo até serem detectadas pelos exames. "Só procurem os hemocentros as pessoas que realmente estiverem dispostas a doar", recomendou a coordenadora.