Brasília, 21/11/2003 (Agência Brasil – Abr) - A tecnologia da conversão do conhecimento médico-científico em linguagem gráfica está facilitando a comunicação entre médicos, pacientes, professores e estudantes de medicina. A novidade do momento é o homem virtual criado pelo Departamento de Telemedicina da Faculdade de Medicina da USP, que permite a visualização completa do corpo humano e do funcionamento do organismo.
Utilizando recursos tridimensionais de computação gráfica, os modelos virtuais reproduzem com fidelidade movimentos, texturas, estruturas celulares e a disposição exata dos órgãos, músculos, tecidos e artérias. Esses programas, conhecidos como CDDs (Comunicação Dinâmica Dirigida), estão auxiliando os pacientes durante as consultas e procedimentos pré e pós-operatório. Eles sentem-se mais seguros e podem aderir melhor ao tratamento depois de visualizar as alterações provocadas pelas doenças e a atuação dos medicamentos e das intervenções cirúrgicas.
Os programas também são ferramentas eficientes na complementação do ensino médico convencional, baseado em métodos estáticos, como aulas descritivas, livros e autópsias. Segundo o professor Györgi Miklós Bohm, responsável pela disciplina de Telemedicina, a tecnologia e a medicina são indissociáveis:"os médicos e profissionais de saúde devem estar preparados para atuar em cirurgias robóticas, assistir pacientes à distância e especializar-se através da interação com tutores eletrônicos". Para ele, o uso de modelos virtuais já nas faculdades insere o aluno dentro deste contexto.
Os modelos virtuais já estão sendo empregados na especialização à distância de fisiatras em cursos sobre reabilitação de amputados e escola postural. Os softwares do homem virtual também foram distribuídos para médicos das Sociedades Brasileiras de Dermatologia e de Urologia.