Brasília, 21/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O acordo firmado ontem (20), em Miami (Estados Unidos) "é bastante abrangente e ambicioso em termos de documento, o que permite ter uma grande expectativa com relação à Área de Livre Comércio da Américas (Alca) ampla, muito abrangente e balanceada e que tem a ver com a insistência de que as coisas serão traçadas de maneira equilibrada sempre com compensações, receberá quem der".
O balanço foi feito pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que participou do acordo. Ele chamou a atenção para a ambição do acordo, mas observeu que ele não garante que esta ambição se transforme em dados concretos. "O nível de ambição colocado pelo documento é o máximo possível e permite sonhar alto. Porém não existem certezas que esses sonhos se transformem em realidade", afirmou.
Segundo ele, isso só ocorrerá a partir das negociações efetivas que deverão ter início em fevereiro de 2004, durante encontro em Puebla (México). Na avaliação do ministro, as negociações, em Miami, foram em torno da agenda do projeto de relançamento da Alca, que, na sua opinião, "ficou viva e garantida que vai entrar em vigor em 2005, porém a abrangência efetiva do comércio de negócios em si, dependerá do que ocorrer daqui para a frente".
Para Rodrigues também é elevado o nível de ambição da agenda relativa à agricultura, mas destacou a restrição dos Estados Unidos de não poderem discutir os subsídios internos ao setor, já que a questão ainda não foi decidida pela Organização Mundial do Comércio(OMC). Em função disso, o ministro informou que o Brasil e outros países querem que as compensações aos subsídios internos dos Estados Unidos sejam oferecidas no mesmo setor do agronegócio e não em outras áreas da economia. Isso significa que a compensação à manutenção dos subsídios internos norte-americanos será feita com acesso ao mercado de produtos agrícolas aos países da Alca", explicou.
Questionado sobre o otimismo em relação ao acordo firmado em Miami, Rodrigues observou que em nenhum momento afirmou que a negocialção foi uma vitória, mas que também não houve um fracasso como o que ocorreu na reunião da OMC, em Cancun (México) em setembro deste ano, quando não se avançou com relação ao comércio agrícola mundial.