Abracex diz que Alca ''light'' pode resultar em acordo ''medíocre''

21/11/2003 - 17h48

Brasília, 21/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Declaração de Miami, que prevê uma negociação mais flexível para a formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), foi bem recebida pela Associação Brasileira de Comércio Exterior (Abracex), mas ao mesmo tempo criticada pelos próprios empresários ligados à entidade. Segundo o presidente da Abracex, Roberto Segatto, o acordo acertado entre Brasil e Estados Unidos é bom, mas não o suficiente para atender as expectativas de uma "verdadeira Alca".

"Se continuar assim vamos ter um acordo medíocre", disse Segatto. Segundo ele, se por um lado o formato "light" da Alca é um sinal de menos divergências, por outro, abre possibilidades de menos ganhos para o Brasil a partir de 2005. "Seria burrice o Brasil brigar muito pela agricultura e deixar de lado produtos manufaturados de alto valor agregado", disse.

Para a Abracex, ainda que o Brasil ceda nas negociações relativas a serviços, compras governamentais e propriedade intelectual, o país terá que fechar novos acordos bilaterais se quiser ampliar mais o comércio. "O México conseguiu grandes avanços porque já possui cerca de 35 acordos bilaterais. O Brasil se tiver mais que cinco, é muito".