DPMFi atinge recorde de R$ 717,9 bilhões

19/11/2003 - 11h49

Brasília, 19/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A Dívida Pública Mobiliária (em títulos) Federal interna (DPMFi) cresceu em outubro 1,4% em relação ao mês anterior e atingiu um novo recorde: R$ 717,9 bilhões. Os motivos para esse aumento foram, principalmente, a emissão líquida de títulos, da ordem de R$ 1,2 bilhão, e os juros.

Devido a emissão líquida de R$ 5,9 bilhões de Letras do Tesouro Nacional (LTN), a participação de títulos prefixados na DPMFi aumentou de 9,1% para 9,9%, permanecendo dentro do plano traçado pelo Tesouro Nacional, que é de manter a emissão desses papéis no intervalo entre 5% e 15%.

Segundo o coordenador geral de Administração da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, o objetivo do governo é aumentar a participação dos títulos prefixados para reduzir o risco de mercado da dívida pública e aumentar a parcela dos títulos de longo prazo corrigidos pela inflação. "Isso ajuda no alongamento da dívida e também reduz o risco de mercado, porque a inflação está sob controle ", afirmou Valle.

A parcela de títulos remunerados pela inflação registrou aumento de 12,9% para 13,1%, enquanto caiu, em comparação a setembro, de 64,3% para 64% a participação de títulos atrelados à taxa básica de juros (Selic), em decorrência do resgate líquido de R$ 3,2 bilhões. Se forem consideradas as operações de swap (troca), porém, a exposição da dívida pública à Selic aumentou de 49,7% para 50,9%.

A dívida mobiliária atualizada pela variação da taxa de câmbio, sem as operações de swap, teve uma redução sobre o total da dívida de 11,9% para 11,2% devido ao resgate líquido de R$ 2,3 bilhões em títulos e à apreciação cambial de 2,3% no período. Com as operações de swap, a parcela da dívida com exposição ao câmbio registrou queda de 26,48% para 24,39% ante a setembro. A melhor posição desde março de 2001.

A exposição cambial, diminuiu em R$ 12,3 bilhões, em decorrência do resgate líquido de R$ 11,7 bilhões em títulos e swaps cambiais e do efeito da valorização do real frente ao dólar (R$ 2,8 bilhões).

Quanto aos prazos, em outubro, o Tesouro Nacional vendeu R$4,2 bilhões em títulos indexados a índices de preços, com vencimentos em 2006 e 2031 e prazo médio de emissão de 95 meses. Além disso, vendeu R$11,9 bilhões de LTN, com prazo máximo de 20 meses e prazo médio de 11,7 meses e R$ 12,5 bilhões de LFT (Letras Financeiras do Tesouro Nacional), de até 48 meses.

O coordenador da dívida pública Paulo Valle espera terminar o ano rigorasamente dentre do Plano Anual de Financiamento da dívida pública, com uma melhora significativa na composição da dívida. "Queremos a redução da dívida cambial, aumento dos titulos prefixados e a redução dos títulos indexados à taxa Selic.

As instituições nacionais, segundo o Tesouro Nacional e o Banco Central, foram as maiores compradoras de títulos públicos, com participação de 64,7% no total do volume de papéis emitidos. (DANIEL LIMA)