Saúde consegue redução de 25% no preço de remédio contra a aids

18/11/2003 - 17h43

Brasília, 18/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Depois de quatro meses de negociações, o Ministério da Saúde conseguiu reduzir em 25% o preço de Efavinenz, um dos medicamentos mais caros usado contra a aids. Esse medicamento, fabricado pelo laboratório americano Merck Sharp & Dohme, é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para 37 mil pessoas. Com a redução, o país vai economizar R$ 28 milhões.

O coordenador do Programa Nacional de DST/ Aids, Alexandre Grangeiro, revelou que as negociações vão além da queda dos preços. "O resultado dessa negociação é extremamente positivo ao Ministério da Saúde. O acordo envolve dois aspectos positivos: uma redução de preço significativa, de 25%, e por outro lado, também a possibilidade de uma licença voluntária, o que significa uma autorização para que a Farmanguinhos, laboratório federal, possa produzir o medicamento", disse.

Ao todo, o Brasil distribui 15 remédios para o controle da aids, sendo que oito são fabricados no Brasil. Dos importados, apenas três remédios, incluindo o Efavinenz, consomem 63% de todo o orçamento para o Programa Nacional de DST/ Aids, que esse contou com R$ 540 milhões. Das 600 mil pessoas portadoras de HIV no Brasil, cerca de 135 mil recebem tratamento gratuito do SUS.

Além da Merck, o Brasil ainda está em negociação com dois laboratórios, o Abott e o Roche, que produzem respectivamente Lopinavir e Nelfinavir. Esses remédios juntos custam por ano ao país, cerca de R$ 237 milhões. Grangeiro informou que as negociações com esses laboratórios não têm Progredido.

A solução, caso as negociações não progridam, é importar os produtos genéricos da Índia e da China. Esses medicamentos estão passando por uma série de testes de qualidade para o registro na Anvisa. Outra solução é a quebra de patente. Para isso, a Far-maguinhos já está concluindo os estudos para a produção nacional, onde no prazo de seis meses já deve estar pronto.