Brasília, 18/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - A conservação do mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) foi comemorada hoje depois que a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) divulgou a atualização de sua Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção. Na nova lista, que inclui espécies ameaçadas de todo o mundo, o mico passou de Criticamente Ameaçado de Extinção (no levantamento de 2000) para Ameaçado de Extinção.
O mico-leão-dourado, que só vive na Mata Atlântica de baixada costeira na bacia do rio São
João e Região dos Lagos no Rio de Janeiro, foi a única espécie de primata que conseguiu passar para uma categoria de menor ameaça na nova Lista Vermelha.
Quando o WWF, o Smithsonian Institution e outros parceiros começaram a trabalhar com a proteção desta espécie ameaçada, em 1971, restavam apenas cerca de 200 indivíduos da espécie vivendo na natureza. Em 30 anos de cooperação internacional e um árduo trabalho de campo, a população de micos-leões atingiu uma importante conquista em março de 2001, quando o milésimo mico nasceu na natureza.
O Programa de Conservação do Mico-Leão-Dourado é o primeiro e mais antigo projeto apoiado pelo WWF no Brasil, sendo executado pela Associação Mico-Leão-Dourado (AMLD), criada para coordenar todos os trabalhos de conservação da espécie. Desde então, com o uso de técnicas como a reintrodução na natureza de animais nascidos em cativeiro, a translocação de animais vivendo em áreas isoladas, a educação ambiental e a proteção e restauração de hábitat para a espécie, o programa tornou-se um exemplo único de parceria internacional envolvendo 40 organizações e 148 zoológicos. O resultado desse esforço pode ser medido pelo fato que cerca de um terço da população de micos-leões-dourados vivendo na natureza é resultado direto do
programa de reintrodução, que tem repovoado florestas onde a espécie estava extinta, envolvendo mais de duas dezenas de propriedades particulares em Silva Jardim, Rio Bonito e Casimiro de Abreu, no Rio de Janeiro.
Apesar da nova classificação da IUCN, a espécie continua ameaçada, uma vez que estudos concluíram que são necessários pelo menos 2 mil exemplares vivendo na natureza para garantir a sobrevivência a longo prazo da espécie. Contudo, para chegar à essa população, o hábitat do mico precisa aumentar dos cerca de 17 mil hectares atuais para 25 mil hectares de Mata Atlântica contínua na região, até o ano 2025. (Ascom WWF)