Governadores do Sudeste e Governo Federal trabalharão unidos na área de segurança

18/11/2003 - 14h05

Brasília, 18/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Justiça e os Governos dos Estados do Sudeste acertaram hoje uma parceria permanente, para investigar e combater o crime organizado na região. O trabalho começará com a implantação do Gabinete de Gestão Integrada, que vai unificar as informações entre as polícias Federal e estaduais e os Ministérios Públicos.

O gabinete será coordenado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, mas o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, ressaltou que não haverá um comando, já que as decisões serão tomadas por consenso.

O ministro disse que não quer suscitar esperanças excessivas com a integração das polícias do Sudeste. "O Brasil não vai chegar ao paraíso, porque nós montamos esse Gabinete de Gestão Integrada regional, mas sabemos que este é o primeiro passo, um plano de vôo, que poderá ser expandido para outros estados", disse.

Do total de R$ 105 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública, previstos para serem liberados ainda este ano para a segurança da região Sudeste, R$ 64,8 milhões foram liberados hoje pelo Ministério da Justiça.

Os governadores de São Paulo, Geraldo Alkmin (PSDB); do Rio de Janeiro, Rosinha Matheus (PMDB); de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e o vice-governador do Espírito Santo, Wellington Coimbra, admitiram após reunião com Thomaz Bastos, que os recursos são insuficientes. Para o governador de Minas Gerais, não adianta criar um esforço integrado das policias sem recursos. "Recursos sem inteligência é desperdício, mas inteligência sem recursos é poesia", disse.

Aécio Neves sugeriu que parte dos recursos da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que segundo prevê é a arrecadação que mais crescerá, seja utilizada para a modernização tecnológica das polícias.

Já o governador de São Paulo propôs a utilização de parcelas do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). De acordo com Geraldio Alkmin, apenas para digitalizar as informações da polícia do seu Estado, são necessários R$ 200 milhões.

Thomaz Bastos reconheceu que o dinheiro é pouco, mas estão sendo distribuídos da melhor maneira possível. "O orçamento é o possível. Efetivamente eu concordo com os governadores. A questão da segurança é angustiante e vai exigir um esforço maior, inclusive financeiro de todas as esferas do poder, inclusive federal".

O governadora do Rio, Rosinha Matheus, enfatizou a necessidade da nova parceria com o governo federal e os demais estados do Sudeste, porque acredita que cada estado sozinho não tem condições de fazer a modernização tecnológica da sua polícia.

Juliana Andrade eMaria Helena Antun