Rio, 17/11/2003 (Agência Brasil – ABr) - O setor agrícola é o único que ainda gera impasse nas relações entre Brasil e França, afirmou hoje, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), o ex-embaixador brasileiro na França e atual presidente da Casa França-Brasil, Marcos Azambuja.
Azambuja disse que "os subsídios gerados pelo grande e próspero setor agrícola francês impedem a competitividade das exportações brasileiras nesse setor". Segundo o ex-embaixador, o desequilíbrio das relações econômicas gerado por esses impasses é um dos fatores que inibem uma relação econômica maior. "Ainda temos um comércio pequeno para a grandiosidade dos dois países", apontou.
Em relação ao acordo entre Mercosul e União Européia, Marcos Azambuja declarou que as negociações são dificultadas pelo fato de o Mercosul não ter a mesma institucionalidade da UE. "As reuniões do Mercosul se assemelham a reuniões familiares", avaliou.
Azambuja afirmou que o Brasil é o único lugar onde zonas de comércio são tratadas com paixão. "Qualquer área livre é interessante para todos os lados participantes", garantiu.
O ex-embaixador do Brasil na França destacou que um dos motores do entendimento no âmbito do Mercosul era o temor de que as negociações da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) se desenvolvessem rapidamente, deixando a Europa de fora. Na medida em que isso não ocorreu, o ritmo de negociações entre os dois blocos sofreu uma desaceleração, disse ele.
Azambuja fez as declarações ao participar hoje da 4ªJornada Jurídica Franco-Brasileira, que é promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil. A jornada se estenderá até o dia 19.
Alana Gandra