Brasília, 17/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do PT, José Genoíno, disse hoje que o ministro da Casa Civil, José Dirceu, não afirmou em um jantar que o primeiro vice-presidente do Senado, senador Paulo Paim, deveria entregar o cargo e o mandato, uma vez que estava decidido a votar contra pontos da reforma da Previdência.
Segundo Genoino, o que foi atribuído ao ministro nos jornais de sábado (15), na verdade não passou de uma "brincadeira" de um deputado petista que estava no jantar.
"O Paim está cometendo duas injustiças. Primeiro ao se basear em informação errada, uma vez que o ministro José Dirceu não proferiu aquela frase. Segundo, ele ataca o José Dirceu de maneira injusta e inaceitável", disse o presidente do PT.
Genoíno ressaltou que a posição do partido foi colocada ao senador gaúcho na última reunião da bancada. "Nós apresentamos várias razões para ele votar com o PT. A PEC paralela (da Previdência) foi feita com o aval dele", disse.
O presidente do PT lembrou que Paulo Paim foi eleito primeiro vice-presidente do Senado por meio de um acordo do partido com o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Ressaltou ainda que Paim foi eleito senador com o apoio decisivo do PT e que o partido nunca negou apoio ao parlamentar, sempre que precisou.
Na reunião da bancada do Senado, Genoíno disse que foi colocado a Paulo Paim a alternativa de votar com a base do governo fazendo uma declaração de voto contrária em plenário. O presidente do PT recordou que muitas vezes usou deste expediente na Câmara quando era voto vencido junto à bancada. A seu ver, esta saída preservaria a posição pessoal do primeiro vice-presidente do Senado e não o desgastaria com o partido.