Com informações da Agência Anba
São Paulo - O setor calçadista vai participar da Semana do Brasil em Dubai (Brazil Week & Trade Exhibition), que será realizada entre os dias 7 e 9 de dezembro nos Emirados Árabes Unidos, com organização do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) e da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB).
"Vamos aproveitar a Semana para iniciar o planejamento de uma estratégia mais agressiva para a região a partir de 2004", afirmou o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein. O evento vai coincidir com a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a seis países da região, entre eles os Emirados.
Além do próprio Klein, vão participar da missão representantes de quatro empresas do setor: A Calçados San Marino, de Belo Horizonte, que fabrica sapatos masculinos; a paulista de Birigui Pampili (linha infantil); e as gaúchas Dumond (femininos) e Azaléia (sandálias e tênis).
Na mala os executivos vão levar material promocional e amostras de seus produtos. A idéia é mostrar a mercadoria brasileira para os potenciais compradores árabes, colher informações sobre o mercado local, saber quais são os canais de distribuição, se os calçados são adequados ao consumo local e se os preços são competitivos.
"Se recebermos um número expressivo de visitantes na feira, estamos pensando em convidá-los para visitar a Francal no próximo ano", disse Klein, referindo-se à Feira de Calçados, Acessórios de Moda, Máquinas e Componentes, realizada tradicionalmente em julho em São Paulo.
Bons frutos
Klein disse que o potencial de compra dos árabes pode ser percebido mesmo fora de eventos no Mundo Árabe. "A feira GDS, realizada em março e setembro na Alemanha e da qual participamos, recebe os grandes compradores de todo o mundo, entre eles os árabes. Tudo leva a crer que uma participação direta nossa na região pode render bons frutos", afirmou.
Mas o executivo não diz isso apenas vendo o comércio árabe pela via indireta, pois representantes do setor já participaram de feiras nos Emirados e o Brasil exporta calçados para região, principalmente para a Arábia Saudita e os Emirados.
De acordo com dados fornecidos por Klein, o país vendeu no ano passado o equivalente a US$ 3,8 milhões em calçados para os Emirados. Este ano, entre janeiro e setembro, o valor já chegou a US$ 4,4 milhões. No caso da Arábia Saudita, foram vendidos no ano passado US$ 3,9 milhões, o mesmo valor já alcançado entre janeiro e setembro deste ano.
Perfil
De acordo com o executivo, o Brasil produz anualmente cerca de 660 milhões de pares de sapatos e exporta entre 160 milhões e 170 milhões. Em 2002, sempre segundo Klein, as exportações somaram US$ 1,4 bilhão e a expectativa é que o setor encerre 2003 vendendo US$ 1,6 bilhão ao exterior.
Os principais mercados são os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e o México. Embora as remessas para os países árabes ainda sejam pequenas em comparação com o volume total exportado, Klein disse que o setor não despreza mercados menores.
"Percebemos com estratégias de promoção comercial que está havendo uma diversificação dos mercados, e isso é bom. Hoje exportamos para mais de 100 países. Isso demonstra que existem muitas oportunidades de negócios no exterior e alguns mercados, embora pequenos, mostram consistência", ressaltou.
Klein observou que as vendas para os Emirados tiveram um crescimento expressivo nos últimos anos. Enquanto em 2000 foram exportados US$ 1,1 milhão em calçados, em 2003 o volume já chegou a US$ 4,4 milhões, um crescimento de 400%. Isso graças ao trabalho de "inserção" feito por algumas empresas, segundo disse Klein.
"Há uma boa aceitação de nossos produtos por lá, principalmente sandálias de couro, que são bastante apreciadas", afirmou.
Klein acrescentou ainda que o setor gera cerca de 280 mil empregos diretos no Brasil.