Brasília, 13/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O Ministério da Saúde incluiu mais um medicamento anti-retroviral no coquetel de aids com uma redução recorde de preço. O governo brasileiro obteve um entendimento com o laboratório Bristol-Myers Squibb e vai adquirir o medicamento Atazanavir com um valor 76,4% menor do que o preço praticado no mercado. Esta é a maior redução de preços obtida pelo Brasil nas negociações com a indústria farmacêutica.
Nos próximos meses, o medicamento começa a ser distribuído pelo governo e torna-se o 15º remédio do coquetel para tratar a doença. No entendimento com o fabricante, o governo brasileiro vai adquirir cada cápsula do Atazanavir ao preço de US$ 3,25. Seu preço de fábrica atualmente é de US$ 13,80. Com isso serão economizados R$ 191 milhões.
O resultado das negociações está sendo comemorado pelo Programa Nacional de DST/Aids, já que representa uma nova forma de relacionamento entre governo e laboratórios, demonstrando que é possível a incorporação de insumos de saúde nos países em desenvolvimento, considerando a realidade sócio-econômica de cada País.
Estima-se que 8 mil pacientes deverão estar utilizando o novo medicamento até o final de 2004. O medicamento vai facilitar o tratamento em alguns pacientes, pois é o primeiro inibidor da protease usado uma vez ao dia (duas cápsulas). O Atazanavir, cujo nome comercial é Reyataz, não apresenta os efeitos colaterais comuns desse grupo de medicamentos, como, por exemplo, aumento da taxa de colesterol.
A indicação do uso do Atazanavir já está definida no novo guia de tratamento para pacientes com aids do Ministério da Saúde. O novo medicamento passa a ser agora mais uma alternativa entre os inibidores de protease. Juntamente com o Lopinavir/ritonavir, é a primeira indicação de tratamento para os pacientes que necessitam dessa classe de anti-retrovirais. Com o benefício de ser mais econômico, já que o tratamento/dia do Atazanavir sai a US$ 6,50, enquanto que com o Lopinavir/ritonavir, custa US$ 8,88.
O governo brasileiro continua empenhado em conseguir a redução de preços de outros remédios do coquetel. Estão sendo realizadas conversas com os laboratórios Merck Sharp & Dhöme, fabricante do Efavirenz; Abbott, que produz o Lopinavir/ritonavir e Roche, do Nelfinavir. Esses três medicamentos são responsáveis por 63% dos gastos do Ministério da Saúde com medicamentos para aids.
As informações são do Ministério da Saúde