O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Francisco Fausto, disse hoje (13) que a reforma trabalhista deve ser adiada para 2005. "Neste ano, será impossível e será muito difícil em 2004, porque é um ano eleitoral", afirmou. Segundo o ministro, a previsão do presidente da Câmara dos Deputados, João Paulo Cunha (PT-SP), de que a reforma trabalhista e sindical ficará para 2005, é correta, devido à polêmica em torno de questões que afetam diretamente um universo de pessoas maior que o da reforma da Previdência. Para ele, "será uma guerra sem batalha".
Francisco Fausto entende que prioridade deve ser mesmo para a reforma do Judiciário, desejada por todos os juízes "há mais de dez anos", afirmou. Ele explicou que a prioridade não se deve aos "últimos acontecimentos com juízes federais em São Paulo", denunciados por participação em quadrilha, mas porque o Judiciário precisa de uma nova estrutura. "Os novos acontecimentos apenas indicam que é preciso algum outro mecanismo para resolver o problema das irregularidades cometidas pelos magistrados", disse.
Francisco Fausto acredita que o problema dos juízes corruptos pode ser resolvido com a Lei Orgânica da Magistratura, que está sendo reexaminada pelo Supremo Tribunal Federal para ser encaminhada ao Congresso Nacional, inclusive com sugestões do TST. "Não é possível realizarmos a reforma do Poder Judiciário a partir de uma situação crítica como essa, pois não é assim que se trata um poder de Estado", afirmou. O ministro disse que espera que saia da reunião dos presidentes da República, do Senado e do Supremo uma solução razoável para dar andamento à tramitação da reforma do Judiciário.
As informações são do TST.