Moeda única no Mercosul seria aconselhável depois de ajustes fiscais, diz economista do BNDES

13/11/2003 - 18h11

Rio, 13/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Antes de instituir a moeda única no âmbito do Mercosul, a melhor estratégia seria o estabelecimento de compromissos austeros em termos de política fiscal e de controle da inflação entre Brasil e Argentina, estendendo numa segunda fase esses compromissos ao Uruguai e ao Paraguai. O programa seria proposto ao Chile numa terceira fase.

A tese foi defendida hoje pelo economista do BNDES, Fábio Giambiagi, durante o Seminário"Comércio Bilateral Argentina-Brasil – Oportunidades de Negócios", realizado pelo Centro Internacional de Negócios-CIN do Sistema Firjan e do Sebrae/RJ.

O economista analisou que a instituição de uma moeda única para o Mercosul tem uma série de vantagens, como a redução do custo de transação das moedas locais e redução dos riscos-país e região, além de representar um fato de atratividade para investimentos estrangeiros.

Citou o exemplo do euro, que está presente hoje em 12 países como moeda única e que será adotado em 2004 por mais 10 países, devendo atingir entre 24 e 28 países da Europa. Lembrou, por outro lado, que para chegar a esse estágio, a União Européia começou a ser discutida há quatro décadas, enquanto no Mercosul o assunto foi iniciado há 17 anos e os países se encontram numa fase de amadurecimento do projeto para avanços do mercado comum.