São Paulo, 13/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - Existe uma carência na qualificação da representação do negro no Brasil, disse o ministro da Cultura, Gilberto Gil, durante o seminário "Cinema Negro no Brasil: Reflexões e Perspectivas", na Universidade de São Paulo (USP). "É preciso dar a palavra ao negro, para que seja representado a partir de sua própria visão", afirmou Gil.
Durante o evento, organizado pela Faculdade de Educação e do Núcleo de Pesquisas e Estudos Interdisciplinares do Negro Brasileiro da USP, o ministro defendeu que a população negra "tenha vez e espaço para sua auto-representação, para representação da sua relação com o país, pois desta forma estarão contribuindo profundamente para uma maneira da própria nação como um todo".
Segundo o ministro, o cinema é um dos veículos mais importantes de visão de mundo, "portanto é importante que o negro construa sua cinematografia ressaltando os valores culturais e a sua própria história".
Indagado sobre dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicando que apenas 8% das cidades no Brasil possuem salas de cinemas, Gil disse que tanto a produção como a exibição são importantes, e disse que o programa de base e apoio à cultura, que vem sendo estudado pelo ministério, prevê a construção de salas multi-uso destinadas também para exibição de filmes.