Brasília, 12/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, assegurou hoje que a condução da política de segurança pública do governo federal não será influenciada pelo "impulso e o influxo do pânico decorrentes da ação do crime organizado".
"Nós temos um projeto e esse projeto está sendo executado. Algumas circunstâncias exigem um antibiótico mais forte, uma atuação mais presente, mais localizada, mas isso não nos impede, não nos desvia daquele caminho que é construir o Sistema Único de Segurança Pública (Susp); reestruturar as polícias; trabalhar, agora cada vez mais harmonizados com o Poder Judiciário, por uma reforma forte e radical desse poder, e lutar, junto com os estados, para uma reestruturação do sistema penitenciário", afirmou o ministro, durante solenidade de posse do novo secretário Nacional de Segurança Pública, delegado da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa.
Corrêa, que assumiu o cargo em substituição ao antropólogo Luiz Eduardo Soares, ressaltou a integração das forças policiais por meio da troca de informações e do compartilhamento dos serviços de inteligência, como a grande arma para o combate ao crime organizado no país. "É juntando esforços, somando as capacidades, e ao mesmo tempo unindo as forças, que nós, trazendo gente de outras polícias, vamos transferir o conhecimento e prevenir ações em outros estados no futuro", disse.
De acordo com Corrêa, sua linha de atuação será a de "organizar as forças para, num primeiro momento, estancar as ações violentas e criar um cenário favorável para a implementação de medidas preventivas e duradouras que pretendemos conduzir". O delegado foi o coordenador do grupo de inteligência da Polícia Federal integrante da força-tarefa que reúne as polícias do Rio de Janeiro, criada com o objetivo de investigar e combater o crime organizado no estado.
Um exemplo do êxito da articulação entre as forças policiais, conforme o secretário, foi a troca de informações entre a Polícia Civil do Distrito Federal e a Superintendência da PF em São Paulo, Rio de Janeiro e no DF, que resultou na prisão de dez pessoas armadas, na madrugada de hoje, "antecipando uma ação violenta em São Paulo".
Uma das metas do secretário é colocar em funcionamento um Gabinete de Gestão Integrada em cada um dos estados que aderiram ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Com exceção de Pernambuco, que deve firmar sua adesão até dezembro, todas as outras unidades federativas já fazem parte do sistema.
Durante a posse, o ministro da Justiça anunciou a criação do primeiro Gabinete Regional de Gestão Integrada, que vai reunir representantes do sistema de segurança dos estados da região Sudeste. Na próxima terça-feira (18), os governadores e secretários de segurança pública do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo, vão se reunir com Thomaz Bastos em Brasília, para definir como será o funcionamento desse gabinete.