Flávia Albuquerque
Repórter da Agência Brasil

São Paulo – A Polícia Federal prendeu, no final da tarde de ontem, o juiz federal João Carlos da Rocha Mattos, da 4ª Vara Criminal de São Paulo, envolvido no esquema de venda de sentença judiciais, investigado pela Operação Anaconda. Mattos é apontado como líder do esquema e acusado por formação de quadrilha, falsidade ideológica, peculato (apropriação indevida de bem público), prevaricação e corrupção passiva.

A prisão foi decidida em uma reunião entre 18 desembargadores de um órgão especial do Tribunal Regional Federal (TRF) nesta sexta-feira, com base no parecer da desembargadora Therezinha Cazerta, relatora do processo de acusação ao juiz. O afastamento de Rocha Mattos da função de juiz também foi determinado.

Rocha Mattos foi levado do apartamento de sua ex-mulher Norma Regina Emílio Cunha, onde estava, para a sede da Polícia Federal em São Paulo, localizada na Lapa, Zona Oeste da Capital. De acordo com informações da assessoria de imprensa da PF em São Paulo, ele está em uma cela especial, em uma área destinada a presos com nível superior.

Enquanto estava sendo encaminhado à prisão, o juiz pediu para ser ouvido pelo TRF, dizendo que os documentos encontrados pela PF em seu apartamento no bairro de Higienópolis, na área central da capital, teriam sido plantados para incriminá-lo.