Milena Galdino
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os organismos multilaterais mudam, mas os problemas enfrentados pelas nações continuam os mesmos. Seja na Organização Muncial do Comércio, ou na Alca, os países em desenvolvimento pedem o fim do protecionismo dos ricos aos seus próprios mercados. Os países desenvolvidos, por sua vez, querem a abertura dos pobres para investimentos e para reconhecimento de propriedade intelectual dos bens.
Entre os temas mais polêmicos, tanto na Alca quanto na OMC, estão os subsídios agrícolas e os chamados temas de Cingapura – que envolvem serviços, investimentos, leis de propriedade intelectual e compras governamentais. As duas maiores forças da América – Estados Unidos e Brasil – também têm posições opostas quando debatem o que deve ser debatido na Alca e o que deve ser deixado à OMC.
Os EUA continuam se negando a abrir mão dos subsídios que financiam a agricultura norte-americana e desequilibram o mercado internacional. Insistiam que o assunto deve ser tratado no âmbito da OMC, por envolver também a União Européia.
O Mercosul, por sua vez, insiste que a Alca deve garantir o maior acesso aos mercados da América do Norte e pedem o fim das barreiras alfandegárias aos produtos vindos do sul – pedido que, aliás, é o cerne de uma aliança alfandegária do porte da Alca. O Itamaraty, que representa o governo brasileiro nas negociações internacionais, alega que é preciso por um fim aos prejuízos milionários sofridos pelos exportadores nacionais, que não recebem estímulo financeiro à exportação e não podem baratear tanto seus preços finais para concorrer com o mercado americano.