Ganhos de produtividade devem atenuar reajuste dos automóveis, defende presidente da CUT

07/11/2003 - 12h59

São Paulo, 7/11/2003 (Agência Brasil - ABr) - O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, não descarta a possibilidade das montadoras aumentarem o preço dos veículos como forma de compensar os gastos com o reajuste salarial de 18,01%, concedido aos metalúrgicos. No entanto, defende que as montadoras busquem transferir o impacto do reajuste para o aumento da produtividade.

"As montadoras também têm por obrigação buscar colocar a parte do impacto na produtividade crescente. Espero que elas tenham responsabilidade de analisar quanto que é possível ser absorvido pelo reajuste e quanto pode ser absorvido pelo aumento de produtividade que as empresas tem crescentemente ganhado", disse.

Os dados divulgados pela Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) revelam que as montadoras produziram em outubro 165.982 veículos, um aumento de 1,7% em relação a setembro. Já de janeiro a outubro houve queda de 3,8% na comparação com o mesmo período de 2002.

O vice-presidente da Anfavea, Persio Pastre, disse ontem que o custo do dissídio e de outros insumos devem ser repassados para o preço final, mas salientou que quando e em que proporção será uma decisão individual de cada empresa. Além do reajuste salarial, o fim do desconto de 3 pontos percentuais da alíquota do IPI pode interferir no aumento de preços dos veículos.

Luiz Marinho participou hoje da cerimônia de assinatura de acordo da CUT com mais dez intuições financeiras para viabilizar empréstimo a trabalhadores com desconto em folha de pagamento. Ele classificou também como positiva as campanhas salariais em andamento, visto que algumas categorias têm conseguido reposição das perdas salariais e, em alguns casos, como o dos metalúrgicos, aumento acima da inflação. "Isso é importante para a economia. Significa mais dinheiro para o consumo. Isso ajuda a movimentar a economia em um processo de crescimento", acrescentou.